BASTIDORES LITERÁRIOS – O MARKETING LITERÁRIO-CINEMATOGRÁFICO


Por Gianpaolo Celli, consultor do ALITERAÇÃO SERVIÇOS EDITORIAIS

Já há algum tempo eu tenho prestado atenção no Orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares, lançado no Brasil pela editora LeYa e tenho que dizer que não em espanta nada que, na semana do lançamento do filme, o livro tenha conseguido uma venda de mais de três mil exemplares e não só entrado na lista dos mais vendidos, como também conseguido chegar ao primeiro lugar. E não só isso, como também os demais livros da série, Cidade dos Etéreos e Bibliotecas das Almas, ficaram respectivamente em quarto e quinto lugares.

FALA SÉRIO! Eu mesmo tenho que dizer que me interessei e comprei o livro meses atrás ao me interessar pelo trailer do filme.

Por que estou levantando este tópico?

FALA SÉRIO! Porque como eu coloquei acima e já mencionei inúmeras vezes, é incrível o que um filme pode fazer pelo livro no qual se baseou. E esse não é um caso a parte, porque quem está de olho no mercado pôde ver o mesmo acontecendo com outras trilogias, como Jogos Vorazes e Divergente, só para citar alguns exemplos mais conhecidos.
Na verdade atualmente existem diversas séries de TV baseadas em livros, como Deuses Americanos, Dr. Strange & Mr. Norrell ou mesmo o conhecido e bem sucedido Guerra dos Tronos, pois as produtoras compreenderam que é tão interessante para elas montar uma série baseada num livro pela facilidade que é ter uma história já determinada, além de um público fiel; assim como é interessante para as editoras, que tem um marketing incomparável e ainda recebem por isso (sim, porque a maioria das editoras, ao fechar contrato com os escritores, coloca clausulas a respeito da percentagem dos direitos sobre outras mídias).

Ou seja, como se diz no empreendedorismo, é um negócio em que os três lados (editora, produtora e público) ganham!
O problema, para o escritor nacional que está começando, é que é muito complicado bater contra isso (ou contra youtubers cheios de fãs) sendo um desconhecido que terá que lutar por seus leitores um a um.

Resta saber por que as editoras nacionais ainda não pensaram em conversar com produtoras a respeito do assunto, porque as produtoras nacionais não pensaram em procurar livros nacionais para adaptar para uma nova mídia, como aconteceu com o livro O Xangô de Baker Street, que além de filme também teve a fama de seu escritor, Jô Soares, e se não me engano da trilogia Deuses de Dois Mundos, que eu cheguei a ler que estava sendo negociada para outras mídias.

E FALA SÉRIO! Desculpe-me a opinião pessoal, mas dizer que isso aconteceu com os clássicos, como Memórias Póstumas de Brás Cubas ou Macunaíma não conta. Quer dizer, seria interessante que no mínimo, como acontece lá fora, o escritor seja vivo e o livro lançado recentemente.

Ou será que as produtoras nacionais, que muitas vezes têm de brigar pelo espaço dos cinemas e da TV com produções internacionais, não acreditam elas mesmas no potencial dos criadores de conteúdo nacionais?

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