[Bastidores Literários] Quando o “Original” pode ser considerado pronto?


Esse foi um tema engraçado, pois uma vez mais tivemos o assunto surgindo em diversos lugares ao mesmo tempo. Não somente um cliente de Leitura Crítica questionou a respeito do assunto, como ele também surgiu em algumas conversas recentes com profissionais do meio. Sem contar, é claro, que apareceu na conversa que gerou o artigo da semana passada: O ESCRITOR DEVE LER?, quando uma pessoa comentou que o escritor não deve ler enquanto escreve, só após terminar seu livro. Essa colocação, inclusive, gerou uma réplica interessante, pois mesmo quando termina um projeto, o escritor, ao menos o profissional, não para, ele começa outro. Isso quando não tem, como o próprio Neil Gaiman comentou, outro que ele trabalha em paralelo, ainda em desenvolvimento.

De qualquer modo ficou a questão que termina sendo muito interessante, que é exatamente a pergunta do título do artigo: QUANDO O ORIGINAL PODE SER CONSIDERADO PRONTO?
Tecnicamente a resposta é: Quando ele estiver publicado e tiver se tornado um livro!

E FALA SÉRIO! Tem profissional que não considera nem este o final do processo, pois o escritor ainda deve verificar questões de divulgação e marketing, para que o leitor tenha conhecimento de que o livro existe. Mesmo assim essa é outra etapa, pois ela não envolve trabalhar o texto, de modo que vamos deixar o divulgar, assim como o publicar para outra discussão. Mesmo assim o original está longe de estar pronto quando o autor termina de digitar a última palavra, pontua e escreve FIM, Esse, na verdade, é somente o final da primeira parte da produção da obra. Após terminar cabe ao escritor reler o original desde o início. Alguns profissionais gostam de deixar o texto descansar um pouco antes, mas isso vai de cada pessoa. Até porque como estamos falando de um romance, que demorou a ser escrito, já pode fazer um tempo que o autor não lê o início, de modo que mesmo começando a primeira análise logo após o termino do processo de escrita, ele pode ser considerado uma leitura ‘fria’ (que é quando se lê após um tempo bastante para que o próprio autor consiga achar erros em sua obra). Depois de fazer essa primeira releitura, ele anotará o que quer mudar, as partes que quer cortar, o que precisa acrescentar e então, com isso e, mãos, reescreverá o original.

Daí a obra está pronta… para o inicio do processo de analise por terceiros! O escritor então deve procurar leitores beta e críticos em busca de analises pessoais e profissionais da história.

Aqui, inclusive, cabe um adendo, pois muitos escritores não sabem a diferença de uma leitura crítica para uma leitura beta, achando que, após a leitura por um amigo, o original já passou por uma leitura crítica. Isso não é verdade. Por não ser um profissional da área, a leitura beta só analisa a história em si e se ela está boa ou não. A leitura crítica, por sua vês, por ser feita por um profissional, tem como objetivo analisar diversos aspectos da obra que vão desde a inovação e criatividade da ideia, a construção dos personagens, a verossimilhança da história e do universo, até aspectos estruturais, como ritmo, apresentação da trama, cenas e diálogos, apresentação de dilemas, confrontos, revelações e pontos de tensão. Com essas analises em mãos, cabe ao escritor uma vez mais reescrever sua história.

E FALA SÉRIO! Antes de considerá-la terminada, ele ou ela ainda devem fazê-la passar por uma última revisão, que verá se a obra está de acordo com a nova ortografia, verificará a gramática, assim como as normas técnicas. Só então, com o texto devidamente corrigido, que o escritor pode considerar seu original devidamente terminado e pronto para ser enviado para uma editora.

Assim, se você acabou de escrever FIM na sua história e precisa de uma Leitura Crítica, fale comigo!

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