Midsommar – O mal não espera a noite #filme


Medo do claro!

Certa vez afirmei – não me lembro se aqui no blog – que, pra mim, Terror é o gênero de cinema mais fácil para se fazer um filme ruim. Note, não estou dizendo que seja um gênero ruim ou que todos os seus filmes sejam ruins, bem longe disso. Entretanto, a convenção de clichês repetidos à exaustão e a atmosfera criada para que, literalmente, qualquer acontecimento (até os mais triviais) te assuste, acaba eliminando as surpresas e fazendo uma série de filmes absolutamente parecidos e genéricos. Até os títulos dos grandes blockbusters do medo são parecidos; e antes que os fãs do terror parem de ler, vamos voltar ao recente ano de 2019 e atentar para Midsommar. Um filme claro, ensolarado, passado em paisagens naturais de rara beleza, florido como um musical hippie, que não tem UMA cena no escuro, mas com imagens de revirar o estômago.

Segundo filme do jovem diretor Ari ASter, que possivelmente também se questionava sobre os vários clichês do gênero – vale observar que seu primeiro filme, Hereditário, apesar de mais escuro, também não se entregou às velhas convenções – Midsommar apresenta um grupo de jovens que vai com um amigo à comunidade sueca em que ele cresceu, acompanhar as festividades do Solstício de Verão. Mais do que acompanhar, havia o interesse de alguns membros do grupo em estudar a tal comunidade para fins acadêmicos. O que eles não poderiam prever é que nem os conflitos éticos entre estudantes e nem a relação mal resolvida entre o casal Dani e Christian seriam os seus maiores problemas. Por baixo das flores, do sol, das montanhas e do ambiente de comunidade hippie dormiam costumes cruéis, sanguinários e que a câmera do diretor não teve nenhum medo de mostrar da forma mais violenta possível. Muito, mas muito diferente dos tradicionais sacos de ketchup jogados na tela e dos humanos maquiados e mancando como zumbis.

É provável que muita gente não goste de Midsommar. De fato, durante boa parte dele o que mais se vê é a relação decadente do casal central, que pode propiciar debates sobre relacionamentos abusivos. Sim, a garota é chata – de forma justificável – e o cara não tá nem aí pra ela, mas agora, por favor, preste atenção no filme, que, no mínimo, dá um respiro a esse gênero já tão explorado e cheio de fórmulas prontas.

Midsommar – O mal não espera a noite

Midsommar

Direção – Ari ASter

Elenco – Florence Pugh, Jack Reynor, Will Poulter

Distribuição – Paris Filmes

Sinopse

Não recomendado para menores de 18 anos

Após vivenciar uma tragédia pessoal, Dani (Florence Pugh) vai com o namorado Christian (Jack Reynor) e um grupo de amigos até a Suécia para participar de um festival local de verão. Mas, ao invés das férias tranquilas com a qual todos sonhavam, o grupo vai se deparar com rituais bizarros de uma adoração pagã. 

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