Acertando as contas com franquias II: Transformers


Optimus Prime – A era da extinção

Sim, eu revi boa parte de meus preconceitos com relação a Velozes & Furiosos, mas o mesmo não aconteceu com os Transformers. Não vou negar que o primeiro até me divertiu, muito graças, talvez, à memória afetiva dos heróis japoneses e seus robôs gigantes que marcaram minha infância; mas foi só. Já a partir do segundo filme, as idas e vindas do vilão Megatron, e as mensagens edificantes do herói Optimus Prime me causavam calafrios não apenas pela chatice, mas por serem demasiadamente repetitivas. Falta originalidade, falta história e quando tentaram encaixar alguma, socando os robôs pra lutar junto com Merlim e o Rei Artur, insultaram a inteligência do expectador. Isso sem mencionar a tal “sociedade secreta” que protegia o segredo dos Transformers e da qual aparentemente alguém teria que ser muito desprezível para não fazer parte. Atenção, roteiristas, se o mundo inteiro sabe não é mais segredo.

Megatron e Josh Duhamel – TRANSFORMERS: O último Cavaleiro
Optimus Prime e T-rex – A era da extinção

Outra coisa: duas horas e quarenta minutos só de cidades sendo destruídas e robôs gigantes lutando não é menos chato do que aqueles filmes conceituais que passam em espaços culturais e são vistos apenas por pretensos intelectuais. Pra ser justo, aliás, além do primeiro – quando a fórmula obviamente ainda não havia se esgotado – o recente Bumblebee é um ponto de acerto fora da curva. Tem lutas de robôs gigantes e toda a parafernalha tecnológica, mas a amizade entre o carro, que ainda se mostrava ingênuo como uma criança e sua dona gerou um filme genuinamente divertido e sem a pretensão de ser um épico de ação como seus antecessores. A própria expressão mais crível de Bumblebee e sua metamorfose mais mecânica e menos mágica – reestabelecendo a memória afetiva com nossos antigos brinquedos e seriados japoneses – talvez fosse a virada assertiva de que a franquia precisasse, ao invés de apenas trocar os humanos que corriam como baratas tontas enquanto Optimus Prime e Megatron destruíam cidades. E a escolha do simpático Fusca como carro-identidade secreta? Não deixa de ser uma adoçada na franquia e talvez até uma citação ao clássico. Se meu fusca falasse.

Por fim, Transformers é uma franquia que aposta em clichês absolutamente funcionais, mas que, pra mim, se perdeu muito cedo tentando ser mais do que um divertido mix de porrada, explosão, carro e invasão espacial.

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