Zoe Sugg – Garota Online #resenha @verus_editora @EditoraRecord


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Por Beta Oliveira

Olá confira a resenha do livro Garota Online, da autora Zoe Sugg

Personagens: Penny Porter, a Garota Online, amigos, família e Noah 

Penny é uma adolescente inglesa “de quase 16 anos”, com uma família normal, um melhor amigo estiloso e que a compreende. Um dia (22 de novembro para ser exata), ela decidiu começar um blog para desabafar toda aquela confusão de sentimentos da qual, muitas vezes, não tinha ideia de como lidar. E ao se tornar a “Garota Online” descobriu que muitas outras pessoas sentiam algo parecido e, agora, não estavam mais sozinhas. No entanto, tudo vai mudar durante uma viagem à Nova York a trabalho junto com os pais e conhece Noah. Quando os mundos real e virtual se encontram, Penny terá que fazer escolhas que vão revelar quem é até para ela mesma.

Comentários 

Aos 15 “quase 16 anos”, Penny tem uma família unida, que a ama. Os pais trabalham com organização de casamentos e o irmão está na faculdade. Tem o melhor amigo, Elliott, com quem se comunica através de um código de batidas na parede. E lida com crises de pânico, resultado de um trauma, sobre as quais ela evita falar e por isso a assombram. Além disso, a autoestima não está lá essas coisas, o que a torna um desastre ambulante em momentos de estresse. Ela resolve criar o blog onde assina com a identidade de “Garota Online”, desabafando sobre suas experiências e encontrando ajuda e apoio onde não esperava.

Todo adolescente tem a sensação de que o mundo está contra ele. Afinal de contas, não importa como seja, nunca é o que deveria ser: mais alto, mais baixo, mais gordo, mais magro, mais atlético, mais inteligente, mais popular, mais descolado, mais criativo, mais “vitrine”, mais referência, mais tudo o que você não é, mas tem certeza de que deveria ser para ser reconhecido pelos demais por isso. Confuso? Mas aposto que você (caso já tenha passado da fase) se lembrou de algum perrengue que passou por achar que tinha que ser alguma ou todas essas coisas que citei antes. Eu tinha um complexo de patinho feio que convivia com a minha curiosidade compulsiva por estudar e dei uma sorte danada por ter jogado vôlei, que me ensinou a trabalhar em equipe e a identificar quais pontos da minha personalidade poderiam ser usados, domados ou melhorados. A irritante mania de perfeição – daquele tipo que você nunca está satisfeito com nada – a terapia anos depois ajudou a transformar em “ok, vamos lidar com isso: é possível? Então vai. Não é possível? Não se desespere. Há um mundo muito maior que isso”.

Bom né? Mas aos 15 anos (e em alguns momentos, inclusive, atualmente) eu não tinha essa visão toda. Também achava que tinha todo o drama e tragédia shakespeareano me rondando e que não podia contar com ninguém da família, mas tinha o apoio dos meus poucos amigos (apesar de uma sensação estranha de buscar um lugar de pertencimento e não encontrar). Sim, escorpianos no modo dramático são assim. No entanto, 99% das pessoas passam por algo semelhante.

O que o livro faz é lembrar que não estamos sozinhos na alegria, na tristeza, na saúde e na doença. Ainda bem que Penny possui uma família saudável e pais que estão ali, mesmo que a filha queira poupá-los por amor ou vergonha de revelar que se sente um desastre ambulante. Há Tom, o irmão que está em outra etapa da vida, mas a ama e demonstra isso. Com esta base, a história passa por temas como autodescobrimento, bullying, descoberta do amor, dos verdadeiros amigos, da necessidade de ser reconhecido como um igual, respeitado e admirado pelos pares – porque a gente se enxerga melhor pelos olhos dos outros. Quando o reflexo ali não é bom, a gente afunda. Quando a imagem é melhor que o que pensamos, percebemos que temos brilho único. E na história de Penny há um detalhe que não houve na minha vida real: meus diários foram escritos à mão em cadernos com e sem cadeados. Não foram para um blog – apesar de que o Literatura de Mulherzinha em alguns casos funciona como sessão de terapia e exorcismo pessoal – e muito menos para as redes sociais (sério, agradeçam por isso. Podem acreditar. Era uma caso clássico de “Ninguém merece”).

A aceitação que Penny sente falta na vida real, encontra no mundo virtual, escondida atrás da anônima “Garota Online” que fala sobre seus medos, traumas, inseguranças, trapalhadas, vergonha. E ao tratar de temas tão próximos de qualquer um, cria uma relação onde ela conforta as pessoas sem saber e é confortada de volta. O combo internet/redes sociais permite que você esteja próximo de quem não conhece e, ao mesmo tempo, seja julgado por isso. Sim, na vida real, isso também acontece. Há momentos que não sabemos nem quem somos de verdade, imagina o outro. Quanta gente não leva anos para descobrir que “as coisas não eram bem assim” e se surpreender (para bem e para mal) com algumas pessoas quando menos se espera. É uma relação de duas caras que Penny terá que enfrentar. Porque o conforto e o apoio estão onde ela poderia não estar contando.

Por isso, Noah é importante. Ao conhecê-lo durante a viagem a trabalho dos pais à Nova York, em um momento não muito legal. Longe da pressão, distante de quem a conhecia, em um lugar que, por favor, todo mundo tem uma imagem mental da Big Apple, cortesia de todos os filmes e seriados a que assistimos na vida, Penny se solta. Ao encontrar este jovem desconhecido, estilo Johnny Depp, que parecia entendê-la de forma inacreditável, Penny começa a se sentir confortável em ser quem realmente é. Porque passou a se ver através da forma como Noah a enxergava e a fazia sentir. E isso era bom. Mesmo em seus piores momentos. Representa a descoberta de que o mundo é muito maior que ela achava.

É fofinho, é agradável, é gostoso de ler. É o livro que conversa com os adolescentes em descobertas. E que remete às boas e más lembranças de passar por esta fase onde estamos iniciando a construção de nós mesmos. Por isso que eu falei que se fosse a professora de Letras que poderia ter sido levaria para a sala de aula. Ainda cita Beatles e Let it go. Curti!

Ah, claro, houve uma polêmica envolvendo o livro: de que a autora teve a ajuda de uma “escritora-fantasma”, Siobhan Curran (leia sobre isso aquiaquiaquiaqui aqui). Não faltaram críticas para o fato de ela – uma vlogger famosa na Inglaterra – e da editora só assumirem depois que vazou a informação, afirmando que sim teve ajuda no livro de estreia, mas que a história e os personagens são de Zoe. Óbvio que teria sido muito mais bacana (ou digno) que ela tivesse admitido desde o início, além das três linhas de agradecimento. E agradeço ao talento da ghost writer em contar esta história. Até comentei com amigas que gostaria que um profissional do gênero tivesse atuado em outros livros. Eu teria sofrido menos…

Capa, ficha técnica, sinopse

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Garota Online

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Zoe Sugg

ISBN:9788576864158
Editora: Verus
Número de páginas: 308
Encadernação: Brochura
Formato: 16 X 23 cm
Ano Edição: 2015

Sinopse

Com o nickname “Garota Online”, Penny escreve um blog no qual desabafa seus sentimentos mais íntimos sobre amizade, meninos, os dramas do colégio, sua família maluca e os ataques de pânico que começaram a dominar sua vida. Quando as coisas vão de mal a pior, sua família a leva para Nova York, onde ela conhece Noah, um garoto lindo que toca guitarra, e com quem ela parece ter muito em comum.
De repente, ela percebe que está se apaixonando — e escreve sobre cada momento dessa história em seu blog, de maneira anônima. Só que Noah também tem um segredo, que ameaça arruinar o disfarce de Penny para sempre.

Boa leitura

See ya!

Rosana Gutierrez

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1 Comment

  1. Oi, Rô.
    Achei a temática do livro interessante, mas não pretendo ler esse livro não! Vamos combinar que já vivemos cercadas de dramas adolescentes, né?! hehehe
    No início eu até pensei que era sacanagem não mencionar a ghost writer, mas agora vejo que isso realmente não importa! A ghost writer foi contratada e recebeu para “ajudar” a autora do livro, não?! E sabia que não teria o nome nos créditos… Então qual é o problema?!
    Beijos
    Camis – Blog Leitora Compulsiva

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