Stephanie Perkins – Isla e o Final Feliz #resenha @Intrinseca


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Por Beta Oliveira

FINALMENTE!

Depois de tanto tempo esperando, preparem-se para a narrativa de alguns chiliques quando o meu eu adolescente resolve se manifestar durante uma leitura.

Isla e o final feliz – Stephanie Perkins

Personagens: Isla Martin e Joshua Wasserstein

Isla sempre foi apaixonada por Josh desde que entrou na SOAP e ele já estudava lá. Mas um poço infinito de timidez, nunca conseguiu ser capaz de trocar meia palavra com ele se parecer uma total e completa parva. Até que ela o reencontra nas férias no momento mais inesperado possível, quando sofria com os efeitos colaterais de um anestésico após retirar os sisos. A partir daí, o inesperado acontece: os dois se aproximam na escola e descobrem muitas afinidades. E quando o amor deixa de ser um sonho impossível, será que é real?

Comentários:

Começando com um aviso: ter lido a história da Anna faz diferença, porque boa parte da trama se passa no mesmo cenário, a SOAP (School of American in Paris). No primeiro dos três livros companheiros, Josh era amigo de Étienne. Isla, então caloura, fez uma ponta em uma cena. Justamente quando ela o notou e se apaixonou por ele. Eventos e outros personagens deste período serão citados ou lembrados sob outro ponto de vista neste livro. Claro que quem não leu, vai entender. Mas se tiver lido, vai ter aquele momento “ah, então era por isso…” ou “nossa, é assim que ele/ela se lembra disso?”. Além disso, também há referências a coisas que ocorreram com Anna e Étienne no livro de Lola, que tem parte da trama paralela a essa.

Bem, agora sobre o amor platônico. E por que Isla não fez nada. Bem, primeiro, porque Josh tinha namorada na época. E mesmo que ele fosse soleteiro, ela era tímida demais, com autoestima de menos e morria de vergonha de existir perto de outros seres humanos. Bem, exceto do Kurt, o melhor amigo desde que eram criancinhas. Por isso, mal conseguia interagir normalmente e sofria por gostar tanto dele e se sentia incapaz por não conseguir fazer nada além de sonhar à distância. Se não fosse o senso de humor muito impiedoso do destino que a fez encontrá-lo casualmente em uma lanchonete no dia em que ela ainda penava com os efeitos dos anestésicos após a retirada dos sisos. Fora de seu “juízo perfeito”, ela interagiu e (aparentemente) despertou a atenção dele. Só que, depois, ela quase não se lembra do que fez – mas tem certeza de que deve ter sido algo patético – e se surpreende quando ele, a essa altura solteiro, a procura na volta às aulas e os dois se aproximam primeiro como amigos.

Afinal de contas, vamos acompanhar a evolução do amor platônico para algo mais assustador que “real”: possível. Isla se refugiou neste ideal porque era exatamente isso, um ideal. Algo que a fazia ter um motivo, seja para pensar, para se distrair, para reforçar a certeza de é invisível, de que não é digna de ser notada nem amada por ninguém. A encrenca é que a partir do momento em que este conceito sai do abstrato para o concreto, o sonho pode começar uma delícia e virar pesadelo. Primeiro, porque é difícil e doído descobrir que todo aquele repertório distorcido arduamente construído por si mesma a respeito de si mesma ao longo de vários anos não se sustenta quando é analisado por outra pessoa. Há alguém afirmando coisas a seu respeito que você nunca ousou acreditar. E segundo, porque muitas vezes o que você passou idealizando sobre a outra pessoa, toda a perfeição, a mística se desfaz e você se depara com um indíviduo tão humano e imperfeito quanto você.

E Josh não era exatamente o príncipe encantado sereno e confiante que resgata a princesa patinho feio. Ainda mais porque ele também estava mergulhado, afundado, quase se afogando numa confusão de sentimentos. Se em uma área ele sabe exatamente o que quer, ele ainda não descobriu como chegar lá e vinha colecionando atitudes que não ajudavam na percepção das pessoas sobre ele e sobre o futuro dele. (Muitas das atitudes dele no livro da Anna são esclarecidas e dissecadas aqui, se prepare). A gente descobre que por que ele foi para a França, o relacionamento complicado com os pais e a percepção dele sobre Isla antes e depois de eles se aproximarem, porque ele tinha problema na escola e se isolava.

Ou seja, dois adolescentes com problemas de percepção própria que afetam a forma como enxergam o mundo. De certa forma, eles estão juntos e, ao mesmo tempo, em descompasso. (Devo dizer que a menção ao signo de ambos me fez ter certeza do aspecto emocional dos dois personagens). O amor pode ser a melhor e a pior coisa ao exigir que eles lidem com o que são em meio a toda esta incerteza típica da idade. Se não sabem ainda quem são de verdade como serão quem (pensam que) ele/ela vai amar?

Além disso, tem a forma como se relacionam com os amigos, com os pais, com os irmãos (confesso que a irmã caçula da Isla já estava me tirando do sério, mas… leiam para saber) e o que fazem com os estudos e o que envolve o futuro deles.

E tudo isso, mesmo a parte “AI NÃO ACREDITO QUE ISSO ACONTECEU!”, consegue ser fofo. Muito fofo.
Ah, teve um momento em que eu quis bater na Isla com o tacape do Bambam do Flintstones. (Ela deu sorte, ultimamente, em situações semelhantes me imagino pegando a Hulkbuster emprestada. Ou o Hulk. Quem chegar primeiro para esmagar coisas e atirar pessoas beeeeeeem longe). É justamente quando ela suspeita que encontrou a resposta se é possível amar quando o ser amado não vive mais no pedestal.

CRICKET APARECE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

(Devo confessar que, sim, interrompi a leitura para abraçar o livro em um faniquito digno de uma versão de mangá de uma fã do One Direction. Provavelmente incontáveis coraçõezinhos piscavam ao meu redor. Ainda bem que ninguém presenciou a cena. Só estou confessando porque sei que vocês sabem a capacidade de tietagem-chilique-piriguetagem que o lindo, desastrado e genial protagonista do segundo livro causa na minha pessoa, não importa a idade)

Para os leitores dos três livros, a reta final é de uma overdose infinita de fofura. Porque a autora arrumou uma forma de fechar não só as confusões dos apaixonados (e confusos) Josh e Isla, mas também uma conclusão de tudo que criou para as suas meninas e para os seus meninos (aliás, a confissão que ela faz a respeito do trio Étienne, Cricket e Josh nos agradecimentos é daquelas “ai-meu-Deus-tão-liiiiiiindo-isso-!!!”. Só prevenindo). É o momento das referências às tramas anteriores e de mostrar que, sim, eles estão um passo adiante (com outro momento daqueles “AI-MEU-DEEEEUS-SÉÉÉRIO????-QUE-LIIIIIINDO”. Sim, foram vários chiliques dignos de personagem de mangá. Não digam que eu não avisei.) E com a certeza de que todos eles vão ficar bem, a gente termina se sentindo feliz. Quer melhor sensação para fechar um livro? Não tem.

Eis os livros “companheiros” da autora (reforçando, são livros independentes, mas a graça é ler todos):

1 – Anna e o Beijo Francês

2 – Lola e o Garoto da Casa ao Lado

3 – Isla e o final feliz

 

Capa, ficha técnica, sinopse

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Isla e o final feliz

Isla and the happy ever after

Stephanie Perkins

ISBN: 9788580577396
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 304
Encadernação: Brochura
Formato: 16 X 23 cm
Ano Edição: 2015

Sinopse

Tímida e romântica, Isla tem uma queda pelo introspectivo Josh desde o primeiro ano na SOAP, uma escola americana em Paris. Mas sua timidez nunca permitiu que ela trocasse mais do que uma ou duas palavras com ele, quando muito.

Depois de um encontro inesperado em Nova York durante as férias, envolvendo sisos retirados e uma quantidade considerável de analgésicos, os dois se aproximam, e o sonho de Isla finalmente se torna realidade. Prestes a se formarem no ensino médio, agora eles terão que enfrentar muitos desafios se quiserem continuar juntos, incluindo dramas familiares, dúvidas quanto ao futuro e a possibilidade cada vez maior de seguirem caminhos diferentes.

Com participações de Anna, Étienne, Lola e Cricket, personagens mais do que queridos pelo público apresentados em livros anteriores da autora, Isla e o Final Feliz é uma história de amor delicada, apaixonante e sedutora, um desfecho que vai fazer os fãs de Stephanie Perkins suspirarem ainda mais.

Bacci!!!

 

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2 Comments

  1. Vamos combinar que Isla é um nome bem esquisito! Fora isso, achei o enredo bem interessante, ainda mais sob o ponto de vista da sua empolgação. Vou deixar anotado para quando der poder dar uma lida.
    Bjs, Rose.B

  2. 26/07/2015

    Meu Deus! kkkkkkkk
    Eu deveria ter presenciado esta cena do abraço!
    Eu ainda nem li Anna e o beijo francês! O que é uma pena, porque eu quero muito ler estes livros! Mas sempre que eu pego pra ler, algum livro entra na frente.
    E o que mais me deixa chateada é saber que eu vou morrer sem ler todos os milhões de livros que eu quero! Ô VIDA DIFÍCIL!
    Beijos!

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