BASTIDORES LITERÁRIOS – Conversando a Respeito de Autopublicação (parte 2)


Por Gianpaolo Celli, consultor do Aliteração Serviços Editoriais

Semana passada comecei a falar a respeito de autopublicação e do que você, escritor, deve levar em conta antes de se decidir por pagar por uma publicação para não cair no “conto do vigário” que isso pode se tornar. Comentei também que iria discutir a respeito dos modelos de “autopublicação”, então vamos lá!

Será que existe mais de um tipo de autopublicação?

FALA SÉRIO! Na realidade não! Autopublicação é só quando o escritor faz todo o processo editorial sozinho, desde a diagramação e a capa, consegue seu próprio ISBN na Biblioteca Nacional, vai a uma gráfica e pública seu livro de maneira independente.

Infelizmente nos dias atuais o mercado considera “independente” ou “autopublicado” todo aquele que, de uma maneira ou de outra pagou pela publicação. E os modos de se fazer isso são vários.

Por exemplo, além do já colocado acima, se você fizer todo este processo através de uma editora por demanda e terminar com os livros com o selo de uma editora na capa (o que teoricamente já faz com que não seja autopublicação), mas ainda tendo de fazer as vendas, você é considerado autopublicado.

Do mesmo modo, quando você publica seu livro “de modo independente” em formato de e-book por plataformas como a Amazon, sem nenhuma editora, a não ser a Amazon, é claro, também é considerada como tal.

Assim como se você lançar no chamado processo de “coedição”, em que “compra” uma parte da produção (como aconteceu no exemplo citado no texto da semana passada), mas outra fica para a editora fazer a venda, também é considerada uma autopublicação!

Porque FALA SÉRIO! Mesmo considerando que na coedição a editora ficar com os livros para distribuir e vender facilita a vida do autor, afinal não só envio via correio é caro, como colocar o livro nas livrarias demanda tanto nota fiscal como uma distribuidora, o que o escritor não tem, continua a questão de que já tendo o retorno do livro sido pago pelo escritor, não há necessidade real para a editora de gastar mais em marketing e vendas para efetivamente colocar o livro nas prateleiras, para fazê-lo conhecido por seu publico de leitores.

O que fazer, então?

Isso é, além de tentar ajudar a editora com ações de marketing, o que teoricamente todo escritor deveria fazer… Bom, se você decidiu seguir o caminho da autopublicação, antes de assinar o contrato o que deve descobrir, para não dizer tentar negociar, é quais são os serviços que a editora está incluindo no preço da publicação. Porque FALA SÉRIO! Só assim depois você poderá cobrar seus direitos.

Isso para não dizer buscar autores que já usaram os serviços desta editora para saber se eles estão ou não satisfeitos.

Porque quando se fala em cifras de muitas vezes podem chegar a quatorze ou quinze mil reais, um lançamento, uma quantidade mínima de livros em grandes redes de livraria, a versão digital do livro, resenhas em blogs literários, para não dizer em revistas e jornais, assim como bate-papos com livreiros para apresentação de sua obra não são coisas tão excepcionais, não é verdade?

Afinal de contas, você é o cliente deles e quem paga pelos serviços da editora!

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