BASTIDORES LITERÁRIOS – Pérolas de Sabedoria (2 de 3)


Por Gianpaolo Celli, consultor do ALITERAÇÃO SERVIÇOS EDITORIAIS

Semana passada comentei a respeito de uma perola de criação literária que li na introdução do livro ‘Ender’s Game – O Jogo do Exterminador’, de Orson Scott Card, e disse que havia resolvido trabalhá-la, assim como algumas outras aqui, pois creio que cada uma delas seja útil a muitos autores iniciantes. Vamos então à segunda:

Card também comentou em sua introdução que, além da necessidade de se criar algo novo e único, havia percebido:

(…) que a ideia da estória é insignificante em comparação com a importância de saber como encontrar um personagem e uma estória para contar em torno daquela ideia.”

“Mas o que isso quer dizer?”, você pode perguntar.

Isso é um aspecto da criação literária que comento muito a respeito em meus cursos e palestras: da separação de cada parte do processo de criação. Creio que um ótimo exemplo disso que vi não só como autor, mas também como editor (e quem está no mercado há algum tempo vai saber do que estou falando) é quando chega algum escritor amador e diz que tem uma “ideia genial” para uma história.

E é ai que eu coloco duas questões:

A) A primeira é: o que é uma “boa ideia”?

Porque o que parece interessante para uma pessoa pode não parecer para outra.

B) E a segunda é: será que o escritor será capaz de transformar essa boa ideia numa boa história? Porque já comentei isso inúmeras vezes: FALA SÉRIO! Melhor uma péssima ideia nas mãos de um escritor que saiba o que está fazendo, do que uma excelente nas mãos de um que não conseguirá desenvolvê-la.

E é isso que ele quis dizer.

Ok! Você teve uma boa ideia. Agora como vai transformá-la numa história interessante? Que personagens você criará para vivê-la? Como desenvolverá o universo onde ela acontece?

Novamente tenho que dizer que já comentei a respeito destes aspectos. Em especial em relação aos personagens. “Crie uma boa história e você venderá seu livro. Faça isso com personagens cativantes e venderá todas as histórias que escrever destes personagens”.

E o inverso é tão real quanto!

Quantos livros eu não deixei pela metade simplesmente porque não houve empatia para com os protagonistas, com a trama ou com o universo em que elas acontecem? Você simplesmente não se interessa pelo que está acontecendo! Nada na história chama sua atenção! Você não fica curiosos pelo que acontece, ou deixa de acontecer com qualquer personagem da trama.

FALA SÉRIO! Isso definitivamente é a morte para o livro! E muitas vezes até para seu autor, pois o leitor raramente dará uma segunda chance para suas obras.

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