Ciao!
Confira a resenha do livro Um instante de felicidade, de Federico Moccia. Publicado pela editora Planeta.
Atire a primeira pedra quem nunca sofreu a dor de uma perda. Seja para a morte ou para a vida. Em ambos os casos, de forma definitiva e muito dolorida.
Personagens: Niccolò, o Nicco; sua família e seus amigos
Niccolò está passando por isso. Portanto, exerçam a bondade e a compreensão com ele.
Nicco foi dispensado pela namorada com apenas um “Sinto muito” e nada mais. E isso só se somou à dor da perda recente do pai. Além do próprio luto, ainda tinha que lidar com a dor da mãe e a incapacidade das irmãs adultas em resolverem os problemas que criam. Foi em meio a esta maré ruim, que Nicco conheceu Ann. E ao acompanhar a turista norte-americana por Roma, sem perceber, Nicco redescobriu a si mesmo.
Comentários:
“Não procure a verdade: às vezes ela não serve para nada”.
– Quem acha que homem não sofre, deveria ler este livro. Porque, mesmo sem dar nomes aos bois, Niccolò está sofrendo e se sentindo pressionado pelas consequências dos motivos. Posso te garantir que torcer pra Lazio é o menor deles (claro, se você torcer pra Fiorentina, como é o meu caso).
“Mas a realidade é que preciso de um sonho. Tenho uma necessidade desesperada de um sonho porque tudo o que me circunda agora não o é, porque perdi algo que me fez parar de sonhar. E de uma coisa tenho certeza: sem um sonho não se vai a lugar nenhum”.
– Ele acabou de perder o pai que era mais que pai, era amigo, companheiro, o pilar em que ele, a mãe e as irmãs se apoiavam. Agora as três esperam que ele seja o “homem da casa” (principalmente para resolver as encrencas criadas pelas irmãs ADULTAS. O que é o típico caso de “gente folgada detected”). E ele se enrola com os problemas dela e sofre por tabela com o sofrimento da mãe.
– Foi justamente neste período que Alessia, a namorada, terminou tudo e saiu de cena com um “sinto muito”. Deixou o rapaz com um sentimento de insatisfação e incompreensão diante das várias perguntas em resposta. E ele agarrado ao que (achava que) foi e ao que (pensava que) poderia ter sido, exigindo de si mesmo um motivo para que tudo que parecia ser tão bom não significar o suficiente para ela querer continuar.
“O amor é feito de coisas tolas, daquelas que não têm sentido, que talvez façam rir o balançar a cabeça, mas que naqueles momentos se tornam belíssimas. O amor é como aquelas mensagens que não querem dizer nada, mas que dizem tudo, às quais não damos muita importância quando chegam todos os dias, mas que se tornam uma obsessão quando começam a minguar. Se todos fôssemos apaixonados, este mundo seria lindo. Que besteiras estou dizendo. É isto: o amor faz de você um idiota, mas um idiota belo, e a falta de amor torna você idiota e destrutivo”.
– Mesmo aparentemente seguindo em frente, indo trabalhar na banca de jornal da família ou na imobiliária, enquanto não conseguia seguir no curso de Comunicação, Nicco está preso às lembranças. Exuma as lembranças do relacionamento perdido com Alessia. Busca qualquer tipo de conforto nos momentos em que viveu ao lado do pai. Nicco está acorrentado a duas ausências, enquanto finge que vive.
– Eis que graças ao melhor amigo, Ciccio (que é o estereótipo do conquistador italiano machista que se acha o tal, vive de aparências e sempre encontra um jeito de levar vantagem), Nicco conhece duas garotas estrangeiras, Riley e Ann. Turistas americanas dispostas a viverem uma aventura à italiana, como nos filmes. Enquanto banca o guia das duas junto com Ciccio e se aproxima de Ann, Nicco reaprende a ver o mundo e reencontra algo que havia perdido: os instantes de felicidade. Pelo que entendi, o livro cronologicamente se passa em cerca de um mês – mas as idas e vindas das rememorações de Nicco quebram a sequência temporal ao longo do livro, o que dá a impressão de muito mais tempo.
“Inicialmente ficamos assim, perdidos naquele beijo; depois, ela mordisca meu lábio inferior e logo parece precipitar-se com a língua, como se quisesse consertá-lo, curá-lo, quase desapontada. Um beijo é um passe-partout, um beijo é uma máquina reflex antiga, um beijo é como um molde em argila, um beijo detém uma imagem no tempo, a foto, a particularidade, o sabor, o caráter daquela pessoa que nos beijou. E, para sempre, dela permanecerá aquele momento único, especial, impossível de repetir, aquele instante de felicidade”.
– Confesso que sou um caso à parte relacionado ao Federico Moccia. Eu tenho três livros: Desculpa, quero me casar contigo; Sou louco por você e Quando Carolina se apaixona. Só que ainda não os li, porque os comprei na saga do Mestrado e agora estão – como boa parte da minha coleção – encaixotados esperando a nova estante. Oremos. Mas eu li o livro que o tornou conhecido no mundo: Desculpa se te chamo de amor. Então conheço o estilo. Sei que ele adora fazer referências – e eu como uma pessoa apaixonada desde sempre pela Itália, entendo muitas coisas (mas não todas). E já já volto nisso.
– Um instante de felicidade fugiu das minhas leituras recentes ao ser um livro escrito por um homem sobre as confusões e dores de um jovem diante de dois rompimentos definitivos. Algumas pessoas podem estranhar o ritmo – sem aviso, Nicco começa a rememorar momentos com Alessia e com o pai. Às vezes, era tão brusco que eu me perdia sobre onde estava a trama. Houve trechos que achei lentos, mas é compreensível porque ninguém passa pelo mesmo que Nicco e se recupera à velocidade da luz.
– No entanto, à medida que a jornada-aventura turística junto de Ann avança, o livro ganha ritmo. É Nicco voltando a viver. A parte final, então, me ganhou. Li pouco mais de 100 páginas como um foguete, porque era o festival das referências que pareciam ser para mim. Sério” Tinha tanta coisa – termo usado para não dar spoilers para vocês – de que gosto mentira amo de paixão, que me fez amar a conclusão e fechou muito bem a experiência de entender a busca de Nicco por instantes de felicidade. Como disse antes, o tempo cronológico narrado no livro pode parecer pouco, mas Nicco não será o mesmo ao final do livro. Ele estará pronto para agir diante da vida e não mais alguém arrastado na maré.
“Piangi, medita e vivi; un dì lontanto, quando sarai del tuo futuro in vetta, questio fiero uragano, ti parrá nuvoletta”.
– E no fim das contas, a última coisa dita pelo pai de Nicco, uma frase de Arrigo Boito, é perfeita para resumir a jornada de Nicco e nos consolar quando estivermos em caminho semelhante.
“Chora, medida e vive; um dia longínquo, quando estiver no topo do seu futuro, este feroz furacão, parecerá uma nuvenzinha”.
Ah, apesar de eu achar desnecessário (porque gostei do desfecho), o livro tem sequência, lançado em 2014 – Sei Tu.
Capa, ficha técnica, sinopse
Um instante de felicidade
Quell’attimo di felicità
Federico Moccia
ISBN:9788542208788
Editora: Planeta do Brasil
Número de páginas: 352
Encadernação: Brochura
Formato: 16 X 23 cm
Ano Edição: 2017
SINOPSE
O novo livro do autor que redefiniu o romance de amor. “Desejo desesperadamente ter um sonho, porque quem não se agarra a um, não chega a lugar nenhum.” NICCO O italiano Nicco enfrenta a passagem da adolescência para a vida adulta com muito mais sofrimento que seus amigos. Sua namorada terminou tudo com ele com um “sinto muito”, sem dar nenhuma explicação, e seu pai acabou de morrer. Como o “homem da casa”, ele precisa cuidar da mãe, que se entrega à tristeza pela morte do marido, e das duas irmãs que não conseguem se acertar com seus respectivos companheiros. Para dar conta de tudo, ele se divide entre dois empregos. Em meio a esse turbilhão de emoções e acontecimentos, Nicco conhece uma encantadora turista americana nas ruas de Roma e percebe que a vida é curta demais para ser desperdiçada com lamentos sobre o passado. Com a bela Ann, ele embarca numa aventura romântico-gastronômica pela Itália e redescobre seu norte com instantes de felicidade. Impossível ler este romance do best-seller Federico Moccia, carregado de um humor característico da Itália, sem ficar com vontade de comer numa boa cantina italiana ao final de cada capítulo ou até de comprar uma passagem para Roma ao terminar o livro. Apaixonante!
Bacci!!!
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