BASTIDORES LITERÁRIOS – FANTASIA E FICÇÃO HISTÓRICA SÃO A MESMA COISA?


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Semana passada eu comentei a respeito da adaptação de outras mídias, RPG em especial, para Literatura, no caso Fantasia Medieval e como nesta semana outro profissional da área editorial comentou que ouviu uma discussão bem curiosa a respeito, resolvi discorrer um pouco mais sobre o assunto.

O que ele ouviu, no caso, foi que enquanto uma pessoa se dizia expert em Idade Média porque já havia assistido mais de uma vez toda a série Guerra dos Tronos, outra dizia que imagine, aquela história era mentirosa, porque dragões não existiram de verdade.

Por que eu estou comentando a respeito?

Porque apesar de uma obra de ficção fantástica, a série Guerra dos Tronos é um excelente exemplo de Fantasia Medieval excelentemente desenvolvida, tanto que, no caso acima mencionado, foi até confundida por uma série de ficção histórica. E FALA SÉRIO! É exatamente neste ponto que grande parte das fantasias falha! Elas são muito simplistas e isso termina por minar sua verossimilhança, sua credibilidade.

Por exemplo, se você for escrever a respeito das cruzadas, fará uma pesquisa e verá que elas não têm um causa maniqueísta. Quer dizer não é um lado bom contra um lado mau. Ambos os lados acreditavam que lutavam por uma razão justa e sim muitas vezes cometiam atrocidades para atingirem seus objetivos.

Muito diferente da maioria das fantasias medievais em que os protagonistas defendem o lado bom e lutando contra o lado mau. Aqui, inclusive, voltamos à questão das adaptações de RPG, pois em sua maioria os personagens dos jogadores são bons, mas não passam de mercenários, se aventurando por uma recompensa.

Isso sem contar a já mencionada falta de detalhes. Já comentei isso antes. FALA SÉRIO! Dentro de um mesmo país, você vai de São Paulo para o Rio de Janeiro ou Minas Gerais e percebe claramente uma mudança de sotaques, enquanto num mundo de fantasia não existem línguas ou dialetos. Todos falam “comum”, ou seja…

A mesma coisa em relação a moedas. Até pouco tempo atrás, se você andasse pela Europa, teria de lidar com diversas moedas diferentes. Já na fantasia não existe distinção das moedas. Independente da região ou reino a moeda corrente é a moeda de ouro, prata ou cobre. É impossível de descobrir a origem do personagem por fala ou pela morda que ele leva.

E isso é só um pequeno arranhão na superfície, porque nem as sociedades, culturas ou religiões possuem uma base histórica ou mesmo geográfica. Elas são porque simplesmente são!

Exemplos desses podem ser encontrados aos montes, indo desde animais fantásticos sem lógica aparente, passando pela inexistência de uma coerência em detalhes que, se não são importantes para a trama, como a gastronomia, por exemplo, enriquecem a história. Quer dizer o protagonista chega a uma cidade costeira, entra numa estalagem para uma refeição e o que tem? Javali! E isso sem contar os erros mais crassos, como colocar uma cruz na tumba de um morto sem que o mundo em questão tenha uma religião cristã. FALA SÉRIO!

Por que eu estou novamente comentando a respeito? Porque como eu coloquei algum tempo atrás, nós do Aliteração trabalhamos o curso ESCREVENDO PROFISSIONALMENTE, que ministrei na Biblioteca Viriato Correia no segundo semestre de 2013 e lançamos uma nova versão em formato digital, inclusive com uma parte especialmente desenvolvida para a fantasia que discorre sobre a criação de mundos e sua importância no desenvolvimento de uma fantasia.

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