Por Gianpaolo Celli, consultor do ALITERAÇÃO SERVIÇOS EDITORIAIS
FALA SÉRIO! Já faz muito tempo que eu comento, seja em artigos, em palestras e em cursos a respeito das possibilidades que nas últimas décadas tem se aberto ao novo escritor, assim como nas dificuldades inerentes a estas possibilidades. Isso, porque sempre que alguém vende uma ideia para você, ela parece sempre as mil maravilhas, mas normalmente ela tem sua cota de problemas inerentes, muitas vezes quase tão complicados do que seria o processo tradicional de publicação, que é enviar seu original às editoras e aguardar que alguém lá vá lê-lo e se interessar o bastante para investir nele.
Como acontecia há uma ou até duas ou três décadas, a ideia ainda é AUTOPUBLICAÇÃO. Mas o que mudou de lá pra cá e como devemos fazer para não cair nas armadilhas que vem esse tipo de publicação, seja à de mais de vinte anos, seja a atual?
Veja bem, há mais de vinte anos surgiu o conceito de autopublicação e a dez ela se tornou atraente a, ou as editoras buscaram, um novo público, o escritor de ficção, que era a publicação por demanda. Isso, pois muito antes de se focar no mercado de ficção, a publicação por demanda já era uma velha conhecida de professores, por exemplo, que ao invés de ensinarem usando um livro qualquer, publicavam seus próprios livros de física, química, matemática e os vendiam para os diversos alunos das classes que davam aula. De lá para cá estas editoras por demanda começaram a ver nos escritores de ficção, que com a popularização do computador começaram a escrever e que tinham seus originais rejeitados pelas editoras convencionais, um novo público-alvo. O problema é que, ao contrário dos professores que todo ano tinham um novo público que precisava consumir seus livros, ao escritor que publicava por demanda restava bater nas portas das livrarias, que por sorte há dez anos ainda aceitavam consignar livros de autores independentes.
Atualmente FALA SÉRIO! Isso raramente acontece. E se, contudo, temos a internet como contrapartida para fazer marketing dos livros, o que pouca gente sabe é que nem todo mundo serve para bancar o vendedor, assim como que a postagem pode matar boa parte do retorno do autor.
Agora, isso é o que chamamos de História Antiga (apesar de estarmos falando de coisas que aconteceram já no século XXI). Com a chegada da Amazon, muito melhor do que ter de bancar uma série de livros físicos que você provavelmente nem terá lugar para guardar. Mas a questão que continua é: como fazer com que seu livro apareça? Porque a questão, seja no caso do livro físico, seja do e-book continua sendo que o leito só vai comprar algo que conhece.
Primeiro, e este é um ponto que na maioria das vezes vai custar dinheiro é: antes de publicar, faça seu original passar pelo mesmo processos que ele passaria ao ser publicado por uma editora. São eles Leitura Crítica e Revisão. Afinal, ninguém vai ler uma história cheia de furos na trama, assim como com erros de português. E já que estamos falando de serviços que custam, cuide de fazer uma capa profissional. Afinal, FALA SÉRIO! Se muita gente compra o livro pela capa, cuidar de tudo e se esquecer da capa é querer que seu projeto fracasse.
Outra coisa é a apresentação. No caso do e-book a apresentação seria a contracapa e as orelhas, o que na compra de um livro são as coisas que, depois da capa, o potencial leitor vai procurar logo depois. Assim, tome cuidado ao fazer a apresentação de seu original.
Bom, com tudo isso pronto, está na hora de fazer o marketing, a divulgação de seu e-book. E novamente eu tenho que dizer: esqueça vendas astronômicas, esqueça noticias deste ou daquele autor norte-americano que vendeu milhões e virou best-seller só fazendo promoções em redes sociais. Eles não só são exceções à regra, que vender um pouco por vez, como o mercado de e-books no Brasil ainda está engatinhando quando comprado ao do exterior, de modo que infelizmente você vai ter de tirar o cavalinho da chuva e batalhar muito por cada leitura.
E além disso? Bom, além de blogs e vlogs literários, que também podem ser complicados, pois FALA SÉRIO! Apesar de terem nascido na internet ainda preferem, em sua maioria, livros físicos. Ainda existem as plataformas de publicação online que você pode usar para publicar material relacionado a seu original, ou parte do mesmo como divulgação, de modo a conseguir leitores, para não dizer fãs.
É complicado, não? Bom, ninguém disse que seria simples, o importante aqui, como em praticamente qualquer outro aspecto de sua vida, é não desistir nunca. É como diz o ditado: Cair faz parte do jogo, mas FALA SÉRIO!, você só será um fracassado quando desistir de levantar para tentar de novo!
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