Por Gianpaolo Celli, consultor do ALITERAÇÃO SERVIÇOS LITERÁRIOS
Dando continuidade ao assunto da semana passada, e o assunto rende, pois minha história, que estava para lá do 700o, não somente já subiu até quase o 300o lugar, como retornou ao 500o. O que isso quer dizer? Quer dizer que os parâmetros da analise feita pelo site são ativos e sobem e descem com uma grande velocidade, dependendo de leituras e curtidas. Além disso, quer dizer que uma simples posição quer dizer pouco, a não ser que ela se mantenha por algum tempo. Na verdade, isso não só me lembrou de postagens de escritores amadores que, ao verem seus e-books na Amazon irem ao topo devido à fluidez dos parâmetros – FALA SÉRIO! Quando você vê um desconhecido comentar que seu conto só está atrás em vendas (muitas vezes com só uma ou duas vendas) da série Guerra dos Tronos, eu termino sem saber o que fazer. Se simplesmente ignoro, gargalho na linha e tempo dele ou se parabenizo e ironicamente pergunto quando a HBO vai fazer uma série televisiva, que volta ao assunto de só escrever por ego – como também de um assunto que já comentei aqui no blog e foi até assunto na revista Super Interessante que foi a infame compra de Curtidas. E estou voltando ao assunto, pois tal tendência não só está longe de acabar como se especializou, pois agora existe gente vendendo visualizações no Wattpad, para deixar sua história mais atraente. São 10 mil visualizações por R$ 20,00. E a oferta não está num site obscuro, mas no Mercado Livre. Não acredita? É só entrar no link.
O problema é que quando falamos de livros que vieram do Wattpad, estamos falando de títulos que tiveram o dobro de leitura do maior valor citado anteriormente, que foi 1,4 milhões leituras. E se considerarmos isso, para se conseguir esses 3 milhões de leituras – quantidade que levou a história O Aprendiz, do escritor Taran Matharu, a se tornar um best-seller – seriam necessários 6 mil reais e se o valor pode não parecer grande, se consideramos um livro que custe R$ 30,00 na livraria (que como já vimos fica com 50% do valor), o autor ganharia por livro vendido, considerando os 10% padrão de DA, R$ 1,5, ou seja, para conseguir o retorno de seu “investimento” ele precisará de vender 4 mil exemplares, o que é pouco se consideramos um best-seller importado, mas é mil a mais do que a média de uma tiragem padrão das grandes editoras (que é 3 mil exemplares) e que a maioria dos livros demora anos para conseguir.
Fora que o livro passará pelas mãos do editor ou provavelmente de um ou mais leitores críticos de confiança, isso sem contar o revisor, de modo que se o livro não for realmente bom, ele será cortado. Isso é, considerando editores sérios que conhecem seu trabalho, e não esses compradores de direitos autorais que estão esquentando as cadeiras hoje em dia. E mesmo que o livro passe pelo crivo dos profissionais na área, ele ainda terá de chamar a atenção do público. Porque é ele que dirá se o livro será ou não um sucesso. E FALA SÉRIO! E eu vivo comentando a respeito quando um livro encalha. Independe se o editor fez seu trabalho ou se deixou enganar pelos números, independente dele, como normalmente acontece, colocar toda a culpa no escritor, parte da culpa do livro não achar seu público é do editor, que como o autor, também assinou o contrato de publicação.
Na verdade, como recentemente temos visto desde editoras até livrarias fecharem suas portas devido à falta de vendas, a grande dúvida continua válida:
FALA SÉRIO! Como chamar atenção destes inúmeros leitores, seja de vampiro, lobisomem, terror, ficção cientifica, fantasia ou mesmo mistério/suspense (policial) que, ao invés de buscar livros nas livrarias estão lendo material online? Ou ainda: o que está levando estas pessoas a ler online ao invés de comprarem livros ou e-books? Por que eles estão fazendo isso?
Porque como não estamos falando de fãs que compram qualquer coisa de seus ídolos, como no caso dos youtubers, descobrir isso pode gerar um precedente que poderá mudar o mercado.
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