Tudo sobre como a Gripe Espanhola devastou o planeta
Eu sei, eu sei. Muita gente pode se perguntar que bem-estar emocional pode me trazer ler sobre uma pandemia quando estamos bem no meio de outra. Talvez nenhum. Entretanto, conhecer a história da gripe que foi o primeiro grande teste da medicina moderna e ajudou a acabar com a Primeira Guerra Mundial foi fundamental para verificar erros e acertos da época e também para constatar que, excluindo a questão tecnológica, evoluímos muito pouco como sociedade.
Lançado no início deste ano, o livro de John M. Barry não se limita a contar a devastação provocada pela Gripe Espanhola, que, apesar dos números muito imprecisos, deve ter matado cerca de 50 milhões de pessoas de uma população mundial de 1,8 bilhão. Na verdade, o relato sobre a tragédia ocupa poucas das páginas desse best-seller, que se propõe, de forma minuciosa e confiante a examinar todo o contexto social, que obviamente não propiciou a ação do vírus, mas certamente foi decisivo no alcance de seu estrago.
Deve-se observar, por exemplo, que até a segunda metade do século XIX a medicina norte-americana era tomada por amadores e que não fosse pela fundação da Universidade de Hopkins e a curiosidade e a perseverança de um grupo de pessoas realmente interessadas em fazer da medicina uma ciência – destaque para o doutor William Welch – talvez o desastre da gripe tivesse sido ainda maior. Por outro lado, a Guerra não pode deixar de ser analisada, bem como a ignorância de diversas figuras públicas que insistiam em minimizar os avanços da ciência e os perigos do vírus. Por exemplo, o secretário de saúde da Filadélfia, Wilmer Krusen, que autorizou um desfile e praticamente condenou sua cidade à morte – lembra alguém?
Por fim, História da Medicina, tratados políticos e até mesmo relatos sobre a ação de um vírus no organismo contam nesse detalhado relato, que se não diverte em todos os momentos – afinal, pessoas de Humanas e Exatas muitas vezes têm certa ojeriza ao lado “rival” – compõe um impecável panorama do que foram aqueles primeiros anos do Século XX. Um tempo de evolução, de descobertas e, acima de tudo, de guerras.
capa, ficha técnica, sinopse
A grande gripe
A História Da Gripe Espanhola, A Pandemia Mais Mortal De Todos Os Tempos
The Great Influenza: The Story of the Deadliest Pandemic in History
John M. Barry
ISBN: 9786555600162
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 608
Encadernação: Brochura
Formato: 16 x 23 cm
Edição: 2020
Sinopse
Best-seller apresenta o estudo definitivo sobre a gripe espanhola e suas consequências Em 1918, um novo vírus de influenza, até então restrito às aves, passou a se manifestar também em humanos. Um ano mais tarde, o saldo era de pelo menos 100 mil mortos daquela que ficaria conhecida na história como gripe espanhola, marcando o primeiro grande embate entre a ciência e uma pandemia. Em apenas dois anos o vírus matou mais pessoas do que a Aids em todo o mundo ao longo dos 24 anos desde a sua descoberta, e mais pessoas em um ano do que a peste negra ao longo de um século. Em A grande gripe, John M. Barry conta a história do surto que começou em uma unidade militar do Kansas, nos Estados Unidos, chegou à Europa durante a Primeira Guerra Mundial levado pelas tropas americanas e de lá se espalhou para o globo. O pesquisador mostra ainda a corrida contra o tempo da comunidade científica norte-americana para combater a pandemia e como se deu uma das principais descobertas do século XX. Obra de referência sobre a gripe espanhola, premiada pela Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos e best-seller internacional, o livro é também um relato sobre poder, política e guerra, com importantes lições para um mundo sob a constante ameaça do bioterrorismo e do surgimento de novas epidemias globais. Barry crê que, nesses casos, a principal arma é sempre a informação.
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