Adam Silvera – Os dois morrem no final


recebemos a prova antecipada de leitura

Adam Silvera é um jovem e já notável autor de romances norte-americano, que chama a atenção do público através de uma escrita fácil e dinâmica e histórias criativas, capazes de prender a atenção. Um bom exemplo disso é Os dois morrem no final, trazido ao Brasil pela Intrínseca e onde o autor destila toda sua criatividade e alguma ironia mórbida já nas primeiras páginas.

Imagine um tipo de aplicativo – ou melhor, um serviço – que gentilmente te liga para informar que você só tem mais 24 horas de vida. Demais, não é mesmo? Mas note que ao ligar para Mateo, o atendente estava tão distraído – muitas mortes na cabeça, não é mesmo? – que ainda lhe confundiu o nome!

É isso mesmo. Três páginas foi o tempo que Silvera precisou para colocar todas as garras da ironia de fora e dar a primeira e maior porrada no leitor, convidando-o a curtir esse macabro fim de festa com Mateo e também com Rufus, um desconhecido – também em vias de ir dessa para uma melhor – que Mateo encontrou num aplicativo e com quem decidiu passar suas últimas 24 horas.

Em tempos em que a palavra “spoiler” causa calafrios, inicia brigas, desfaz amizades, esvazia páginas e lota caixas de comentários com xingamentos, um título que já entrega o final da história pode parecer pouco atrativo para alguns; mas para mim, fiel seguidor do lema “o que importa é a jornada” não chega a ser um problema e foi, de fato, bem divertido, conferir as interações entre pessoas absolutamente distintas, mas unidas pelo destino tão pouco agradável que as aguarda.

Gostei da ideia de Adam Silvera, gostei da execução e gostei da coragem, não apenas pelo tema indigesto para alguns, mas também pela abordagem inovadora e na qual, sinceramente, o final não é nem de longe o mais importante.

O livro estará nas livrarias em breve.

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