Olá! a resenha de hoje é Proteja-me de Juliette Fay
Proteja-me é uma narrativa repleta de emoções e humor, cuja história nos leva às lágrimas, mas também nos faz rir diante das reações de Janie nos meses subsequentes à brusca perda do marido. Tudo o que ela tem são as memórias de Robby a quem muito amou, os filhos Daylan que está na pré-escola, e Carly, bebê de colo.
Nada faz sentido para Janie; apenas a dor, é claro, e raiva.
“ A campainha tocou…ela se esforça para enfrentar a intrusão, esperando não fosse outra oferenda penalizada de quiche..ou a porra de um presunto assado.”
Os amigos e vizinhos pararam de visitá-la, percebendo que a companhia deles era insuportável para Janie. Fazia exceção Tia Jude que, embora falasse demais, vinha vê-la, diariamente. Carly só aceitava a mamadeira quando tia Jude a oferecia. Vinha,também, semanalmente, Jake ( o padre menino, o padre ouvinte). Foi dele a ideia de escrever um diário. por sinal, revelador.Todas as sextas, vinha o padre,sempre no mesmo horário, para ouvir o que Janie tinha para desabafar.
Depois de dois meses de visitas,o padre diz que Janie não fala, ainda, nada de bom.
” Ele acredita que a dor a está vencendo.”
Aos poucos, ela começa a fazer caminhadas com o padre; ela o hostiliza; aliás a todos os que dela se aproximam.
“Você me antagoniza, é desdenhosa e uma péssima ouvinte.”
Nas noites de insônia, começa a trocar e-mails com ele. A convivência os aproxima, e ele abre o coração, falando do passado. Já foi noivo. Diz que a solidão, hoje, tem um propósito: “abre espaço para irmos atrás do mundo”. Janie se opõe: a solidão a fez chata e infeliz. diz ela.
Vulnerável, Janie entrega o coração, se apaixonando pelo sacerdote. Porém a intervenção da mãe, Noreen, a traz de volta à realidade. E é odiada por isso, para sempre. Ela não se conforma.
Janie se vê abandonada por muitas pessoas na vida. Através do diário, e com a rotina dos filhos e a casa, procura, embora com muitos erros, lidar com o cotidiano sem o marido que era o amigo e confidente. A vizinha Shelly, que embora pouco visse, mudou-se, o padre que se afastou completamente, e a mãe que estava na Itália.
Janie recebe da mãe uma carta explicando o motivo de ter pedido o fim do relacionamento dela com o sacerdote.
“Uma filha precisa da mãe quando uma tragédia ocorre, porém não consigo ficar assistindo você se tornando eu. Trabalhei duro… A velha dor me avassalou …”
O marasmo da amargura e do sofrimento a perturbam e, como armadura, recorre à ironia e ao sarcasmo em relação a todos que a cercam.
Em casa, tem um empreiteiro que está construindo a varanda nova ; presente do marido. A rotina segue.Ignora a tudo e a todos. A obra fica pronta, e eis que Tug, o empreiteiro, afeiçoado à família continua visitando-os. Mal percebe Janie que estava caminhando na direção de uma mudança na vida. Ela, os filhos e Tug se dão bem, salvo algumas “escaramuças” entre eles. Nada importante. Eles se desabafam, falam do passado. Fazem uma viagem. Sentem-se semelhantes. Porém, Janie não tira a aliança do dedo.. A falsa armadura a separa o amigo. Perto do Natal, Shelly, vem vê-la . Horroriza-se com o que ouve. Ordena a retirada da aliança. Embora relutante, Janie o faz.Descobre, por fim, que tudo ficará melhor com a ajuda dos outros e, principalmente, daqueles com quem menos se espera.
Uma ótima história, com boa diagramação, levando em conta o papel, o projeto gráfico todo. Recomendo.
Capa , sinopse, ficha técnica
Proteja-me
Juliette Fay
ISBN: 9788581632209
Editora: Novo Conceito
Número de páginas: 448
Encadernação: Brochura
Formato: 16 X 23 cm
Ano Edição: 2013
Também em eBook
Sinopse
Quatro meses após a morte do marido, JanieLaMarche continua tomada pela dor e pela raiva. Seu luto é interrompido, no entanto, pela chegada inesperada de um construtor com um contrato em mãos para a obra de uma varanda em sua casa. Surpresa, Janie descobre que a varanda era para ser um presente de seu marido — tornando-se, agora, seu último agrado para ela.
Conforme Janie permite, relutantemente, que a construção comece, ela se apega aos assuntos paralelos à sua tristeza: cuidando de seus dois filhos de forma violentamente protetora, ignorando amigos e família e se afundando em um sentimento de ira do qual não consegue se livrar. Mesmo assim, o isolamento autoimposto de Janie é quebrado por um grupo de intervenções inconvenientes: sua tia faladeira e possessiva, sua vizinha mandona, seu primo fofinho e até Tug, o empreiteiro.
Quando a varanda vai tomando forma, Janie descobre que o território desconhecido do futuro fica melhor com a ajuda dos outros. Até daqueles com os quais menos esperamos contar.
Book trailer
Boa leitura
See ya!
Rosana Gutierrez
Achei um livro bem bom esse. Vi umas resenhas bem mais ou menos dele, outras ruins, mas as boas dá pra ver que é uma trama boa, tem uma estrutura, tema, que chama atenção e acaba sendo bom de ler. Querendo ler o meu…
Esse livro parece ser muito lindo, gosto de histórias triste e de superação, acho que essa entra nesse estilo. Parece falar e tratar bastante de família.