Por Valery
Confira a resenha do clássico Drácula, de Bram Stoker
É extremamente maravilhoso quando pegamos um livro e conseguimos nos conectar a história e viajar junto com seus personagens. Isso aconteceu desde a primeira página do livro, e apesar de ser comprido não me cansei em nenhum momento.
Drácula não é o primeiro romance de vampiros na história da literatura, mas estabeleceu firmemente muitas das convenções do gênero literário. Devo dizer que nenhuma versão do filme que eu assisti faz justiça.
O filme Drácula de Bram Stoker pode ter sido uma versão um pouco mais fiel, mas tomou liberdades imperdoáveis na relação entre Mina e Drácula, e minimizou o amor profundo e duradouro entre Mina e Jonathan; eu entendi isso depois de ler o livro, antes disso o filme para mim era a verdadeira história do livro (grande engano). Ele retratou Drácula como um personagem sedutor, apaixonado e simpático. E não é nada disso. Drácula é um demônio completo e absoluto. É mal, implacável, e passei todo o livro esperando que ele tivesse o que merecia.
Eu amei o uso de cartas, correspondência e diários para contar a história. Isso acrescentou uma autenticidade à história, revelando a narrativa através de detalhes por escrito de eventos passados com cada personagem. Alguém pode pensar que isso cria uma certa distância entre o leitor e a história, mas isso não acontece ao contrário isso infunde a história com um elemento humano conforme vemos os fatos se desenrolarem através dos olhos de cada um deles. As passagens dos diários de Jonathan Harker, Mina, Lucy, e John Seward mostram o impacto emocional de cada personagem na trama.
As mulheres na época eram retratadas como dóceis e frágeis, feitas somente para serem amadas e adoradas. No entanto, Bram Stoker mostra que Mina tem um papel poderoso e muito importante para o desenrolar da história, muito além do que se espera dela como uma mulher dessa época. Por causa da conexão entre Drácula e ela, nada a coloca como uma personagem secundária neste livro. Sua visão da situação, mostra muito sobre como Drácula conseguiu causar em seu reinado o terror principalmente sobre a pobre Lucy e como devastou Jonathan em seu encontro precoce com o monstro.
Os leitores devem ter isso em mente, Mina ama Jonathan profundamente e tem horror às maldades de Drácula, sem contar ser é a única capaz de rastrear Drácula com a ligação que inexplicavelmente tem com ele.
Amei cada um dos protagonistas, sim todos eles são altamente admiráveis: Mina, Jonathan, John / Jack Seward, Van Helsing, Arthur, Quincy, e Lucy. Quincy Morris encarna o espírito texano na melhor das maneiras. Sua devoção a Lucy e, posteriormente a Mina faz com que ele arrisque sua vida na luta contra o Drácula. Cada um deles ganhou meu coração. Não posso deixar de mencionar aqui também Renfild, que foi seduzido de tal forma por Drácula que em muitas das adaptações é motivo de risos, mas na versão original é uma criatura digna de pena que foi enganada por causa de seu grande intelecto mas que ainda assim conseguiu discernir entre o certo e o errado e advertir que deveria ser mantido preso no asilo, fato que ninguém deu ouvidos e causou toda a trama.
Enfim, o livro é brilhante e se eu for contar sobre cada personagem, ele acaba sendo de pouca valia para cada leitor, então eu posso somente recomendar e avisar que aqui o livro é de terror e não romance de amor. O vampiro é realmente mal e não um amante.
Capa, ficha técnica, sinopse
Drácula
This house is haunted
John Boyne
ISBN: 9788582850053
Editora: Penguin – Companhia das Letras
Número de páginas: 648
Encadernação: Brochura
Formato: 13 X 20 cm
Ano Edição: 2014
Sinopse
As inúmeras adaptações cinematográficas e o lugar crucial do conde Drácula na cultura popular criaram uma mitologia em torno dessa figura, que costuma ser vista como um dândi sedutor em traje de gala e capa preta. A versão original do vampiro mais famoso da literatura surpreenderá até mesmo os admiradores mais fervorosos ao contar a história desse aristocrata sisudo e muitas vezes repulsivo. Quando um agente imobiliário ajuda um conde a comprar uma propriedade em Londres, não poderia imaginar o mal que estava levando ao Ocidente. Na partida de xadrez que se segue, entre esse nobre perturbador (que pouco aparece, mas é onipresente) e um determinado grupo de adversários (que inclui o professor Van Helsing e a inteligente Mina Harker), o que está em jogo vai além da luta entre a vida e a morte. Esta edição traz notas e introdução de Maurice Hindle, ph.D. em literatura pela Universidade de Essex, e prefácio de Christopher Frayling, reitor da Real Academia de Artes em Londres.
Bram Stoker
Nasceu em 1847 em Dublin, Irlanda. Fascinado pelas lendas de vampiro, escreveu nas horas vagas suas próprias histórias de terror. Stoker também tinha paixão por teatro. Tornou-se amigo íntimo do ator Henry Irving e trabalhou para ele como contra-regra em Londres. Nessa época começou a pesquisar sobre a Transilvânia e suas tradições vampirescas, e concebeu Drácula. Faleceu em 1912.
Boa leitura!
Oi Rose, que capa é essa amiga! Sinistra! Foi este livro que você estava comentando no niver da Camis? Achei bem interessante, mas já tinha achado quando ouvi você falar dele.
Bjs, Rose.
Li Drácula faz um bom tempo, e gostei bastante da versão onde ele é o vilão e não o mocinho, diferente de muitas versões que estão surgindo retratando-o como um homem sedutor e encantador… Lembro que na época algumas pessoas me viram com o livro na mão e ficaram surpresos pela escolha do livro, mas li e amei!
Bjos!