Confira a resenha do livro Renato Russo: o filho da revolução de Carlos Marcelo, publicado pela Planeta, edição revista e ampliada.
Pensem em um ser humano quicante de felicidade.
Pois é, fui eu quando F-I-N-A-L-M-E-N-T-E!!! consegui colocar as mãos neste livro. Rolou abraço apaixonado, sentir o cheiro, folear com reverência. Há anos eu estou atrás desta biografia, mas a gente sempre se desencontrou. Para vocês terem ideia, ele era o #1 na minha “Lista dos Desejos”.
Agora finalmente ele saiu da lista e terá lugar cativo e bem amado na minha futura estante.
Parece que foi ontem que eu tentei aprender a cantar músicas da Legião Urbana ouvindo o rádio. E parece que foi há cinco minutos que recebi a notícia que Renato tinha morrido (sim, sei onde estava, o que estava fazendo e nunca esqueci a data). Afinal de contas, sou – e sempre serei – uma Legionária em treinamento (podem ter certeza, tem gente em estágios muito mais avançados que eu).
Na versão revista e ampliada, Carlos Marcelo inclui relatos de livros e outros materiais publicados depois da primeira edição, em 2009. A mais completa biografia não trata apenas de Renato Russo, mas de todo um período onde talentos de diferentes origens explodiram em Brasília. Um fenômeno que surgiu entre os filhos de classe média, de funcionários públicos, diplomatas, que tinham (e também buscaram) influências em outros países, especialmente no cenário musical Inglês. Da convergência do que apreenderam, do repertório pessoal, da forma de sentir, ver e se expressar sobre a vida, as pessoas, o cenário do país naquela Brasília durante a ditadura e a abertura política.
“Metade do que acho legal de escrever letra de música e de escrever para a Legião é inventar meu pequeno universo” (Entrevista ao Estado de São Paulo, 1995)
Muito já foi dito a respeito de Renato Manfredini Júnior, o Renato Russo. Por quem o conhecia, por quem não o conheceu, por quem tinha certeza de entendê-lo através das músicas que ele deixou. A biografia conta esta história por meio de diferentes vozes, personagens, pesquisas, referências.
Contextualizou a trajetória pessoal, relacionando com a cidade que se tornou a base dele na vida: Brasília, o sonho no cerrado construído por Juscelino e que passou anos procurando por uma identidade (ou até mesmo como é comentado no livro – procurando por uma alma).
Neste processo, surgiram bandas que nos colocam para cantar e dançar até hoje. Paralamas, Capital Inicial, Plebe Rude. Todos, à sua maneira, foram testemunhas deste tempo e transformando e criando uma cara para o rock brasileiro distinta de tudo que foi feito antes. E se tornando a referência.
E neste contexto, nasceu Legião Urbana. Aquela que, como dizia o lema, a todos venceria.
“- Renato, você fica repetindo o tempo inteiro ‘A Legião são vocês, a Legião são vocês”. Mas, se é isso mesmo, por que você não atende nenhum pedido de música durante os shows?
Impertubável, Renato esclarece:
– A Legião são os fãs. Mas as músicas e os shows são meus”.
Da cabeça, dos sentimentos e das mãos de Renato surgiram músicas que falavam de uma geração, de uma juventude que queria romper com o mundo que a restringia, de experiências com drogas, de amor, de tristeza, de alegria, de rompimentos, de depressão, de sonhos, de frustrações. Uma trajetória que abarca qualquer um que se identifique com um verso, um refrão ou com uma música do primeiro ao último acorde. As pessoas entravam em catarse, os shows saíam de controle. Era como se alguém colocasse voz e palavras naquilo que estava preso no nosso peito, martelando na nossa cabeça, engasgado na garganta – e eu, modestamente, acho que justamente esta identificação é o fator que fez a Legião Urbana derrotar inclusive o mais implacável de todos os rivais: o tempo. As pessoas não deixam as músicas caírem no esquecimento e passam uns para os outros como se elas tivessem acabado de tocar pela primeira vez
(Ah, caso não tenha dado pra perceber, sou um caso perdido em se tratando deles, ok? Eu usei Faroeste Caboclo em uma aula – tenho testemunhas. E neste ano tive a chance de dizer isso por telefoneao Marcelo Bonfá no encerramento de uma entrevista, em um daqueles momentos em que a jornalista deu voz à fã).
A biografia compensou toda a expectativa que eu tinha a respeito. Conseguiu reconstruir – e me colocar – na jornada de um homem extremamente intenso, sensível e inteligente. Que tinha uma visão apurada de um mundo que o deixava deprimido, mas, ainda assim, encontrava lampejos de poesia nele e compartilhava conosco. Não é nada fácil deixar o emocional tão exposto em seus auges e decadências, forças e vícios, mesmo que por trás de metáforas, frases e palavras criadas a partir de uma base melódica. Não devia ser fácil ser Renato Russo, o livro deixa isso bem claro. Não é endeusar, nem atirar pedra, é encontrar o valor de uma vida que acabou de forma precoce, mas deixou uma obra consistente que nos emociona não importa quando e onde.
Se você se interessa por Renato, por Legião e por este momento, pegue esta biografia, siga uma adaptação da sugestão que está no encarte de O descobrimento do Brasil: “Leia no volume máximo!”
Capa, ficha técnica, sinopse
Renato Russo: o filho da revolução
Carlos Marcelo
ISBN:9788542208597
Editora: Planeta
Número de páginas: 429
Encadernação: brochura
Formato: 16 X 23 cm
Ano Edição: 2016
Sinopse
A mais completa biografia do vocalista da Legião Urbana ganha edição revista, atualizada e ampliada pelo autor. Escrita a partir de mais de cem entrevistas e de pesquisas realizadas ao longo de nove anos, Renato Russo – o filho da revolução narra, de forma fluente e minuciosa, a transformação do adolescente Renato Manfredini Junior no maior ídolo do rock brasileiro. A vivência intensa em Brasília sob a ditadura militar nos anos 1970 é reconstituída em detalhes neste best-seller lançado em 2009, presença constante na lista dos mais vendidos de não ficção daquele ano. Manuscritos com os planos ambiciosos do iniciante Renato e os rascunhos de sucessos como Tempo perdido e Eduardo & Monica também são reproduzidos com exclusividade, bem como as letras vetadas pela Censura Federal. Além dos depoimentos de integrantes da Legião, Capital Inicial, Plebe Rude, Paralamas e de outras bandas da era de ouro do rock nacional, a nova edição inclui capítulo inédito elaborado a partir de entrevistas com amigos e colegas, como Marisa Monte, que trabalharam e conviveram com Renato Russo no período final de sua vida, encerrada prematuramente aos 36 anos, em 11 de outubro de 1996. Lembranças e histórias do maior ídolo de sua geração e que, com a sua poética incisiva e lírica, continua a fascinar – e a emocionar – jovens de todas as idades.
Bacci!!!
Beta
Oi Beta
que resenha sensacional!!! Deu para sentir o seu amor pelo Legião Urbana de longe e realmente as músicas do Renato são atemporais, minhas alunas de 13 anos conhecem, gostam, citam para você ter uma ideia que mesmo essa geração mais nova gosta de Legião e acredito que as próximas também vão aprender muito com as letras dele!
Bjs
Oie!
Que legal esse livro não é mais????
Amei a sua empolgação durante a leitura da resenha… amo o Renato Russo, mas para falar a verdade não sei se no momento o leria até porque eu tenho um sério problema com biografias mesmo sendo de autores que amo
beijos
Mayara
Oie
eu adoro renato russo e legião, sempre gostei muito das musicas e das ideias, então é um livro bem curiosa, quem sabe uma hora eu arrsique
Beijos
O mundo também me deixa um tanto quanto deprimida, e esse é um dos motivos de não querer ler essa biografia, além de não curtir o gênero literário. Amo as músicas da Legião Urbana, acho que não tem como a gente não se identificar, mas fico só com as músicas mesmo, prefiro não saber mais sobre o Renato. Que bom que finalmente conseguiu ler um livro que desejava tanto!
Olá, tudo bem?
Eu amo Legião Urbana e claroo que fiquei super interessada por este livro. Não conhecia, nem acredito que estava completamente leiga. Adorei a resenha e fiquei com muita vontade de ler. vai ser maravilhoso saber um pouco mais do Renato. Dica mais que anotada.
Olá,
Apesar de gostar muito da música Clarisse, não me considero fã. Até curto outras músicas do Legião Urbana, mas não como escuto Clarisse. Enfim, acredito que seja uma obra bem completa, porém não faz o meu estilo, acredito que quem é fã assim como você adorará, como não é meu caso, passo a dica 🙂
Beijos,
Oi!
Não gosto muito de biografias e por isso as dispenso logo de cara, mas adorei ver a sua empolgação e toda a felicidade que esse livro te trouxe. É muito bom quando conseguimos realizar um desejo é fico feliz que tenha conseguido um exemplar pra chamar de seu.
Beijos!
Olá! Estou lendo outras biografias, curto muito as músicas do Renato Russo, um verdadeiro poeta! Mas não conhecia essa obra. Mas esse livro lindo vai entrar na minha lista com toda certeza.
Oiii Rosana, tudo bem?
Menina eu tenho tanta vontade de ler esse livro que você nem imagina, além do mais a edição e a história contata parece ser incrível e com toda certeza iria querer ter na minha estante.
Beijinhos
Oi, eu necessito desse livro, você num tá entendendo, eu quero ele para ontem. Eu amo Renato Russo e suas musicas e quero ler esse livro já e com certeza vai entrar na minha lista de desejados e vai para o topo, e olha que não curto biografia, mas do Renato Russo, eu super abro exceção. Amei a resenha, está de parabéns.
bjus
Oii!
A capa do livro é muito linda, e fiquei bem animada depois das suas impressões, como uma boa ouvinte de MPB rsrs
Ótima resenha 😀
Beijos, Isa
Eu adoro biografias. Já li uma outra do Renato e fiquei louco por esse livro. Eu tinha um amigo que sabia cantar toda a música faroeste caboclo rsrs E que legal que teve a chance de deixar a fã dizer ao Bonfá da admiração por eles. Ótimo post.
Oi, Beta.
Achei esse livro super legal e sua empolgação na resenha é demais!!
O único problema é que não sou uma pessoa que curte biografias, então vou deixar passar…
beijos
Camis