Depois do Arco-íris
O Mágico de Oz é um dos filmes mais importantes do cinema, e não por acaso foi a consagração definitiva da então estrela infanto-juvenil Judy Garland. O que talvez nem todos saibam é que nos bastidores da belíssima história sobre a garota perdida num mundo de fantasia que apenas queria voltar para sua vida simples no Kansas, também vivia uma garota perdida entre os cenários e contratos de Hollywood e que apenas queria voltar para a vida de uma jovem normal; aquela que lhe foi negada, trazendo consequências terríveis no futuro.
Inspirado num musical da Broadway, Judy: muito além do Arco-Íris vem numa sequência de filmes sobre grandes artistas e seus muitos altos e baixos proporcionados pela fama, drogas e sua própria instabilidade emocional; porém, diferente dos recentes Rocketman e Bohemian Rapshody, que contemplam, cada um a seu modo, a maior parte das trajetórias de Elton John e Freddie Mercury, Judy opta por um corte temporal mais específico, focando no entristecido último ano de vida da artista, e recorrendo a pequenos e eventuais flash-backs apenas para situar o espectador e aproximá-lo da protagonista.
Falida e com a saúde debilitada, Judy Garland não é vista pelo ex-marido como uma mãe estável para seus dois filhos – a essa altura a atriz Liza Minelli, fruto do primeiro casamento de Judy, já é adulta. Assim, sem opções, ela decide confiar as crianças aos cuidados do pai, enquanto vai a Londres para uma temporada de shows que deveria botar suas finanças, e consequentemente, sua vida em ordem. Sua decadência, entretanto, já estava em um grau muito mais avançado do que ela mesma poderia prever, e que foi brilhantemente retratado pela atuação – digna de Oscar, sim – de Renée Zellweger.
Como já dito, o filme se foca em um período bastante curto da vida de Judy Garland, não sendo, assim, tão informativo e autossuficiente quanto uma cinebiografia tradicional. Dentro de sua proposta de despir o glamour da fama, no entanto, Judy acerta em cheio e nos faz ver que talvez não houvesse mesmo tantas coisas boas esperando por Dorothy depois do arco-íris.
Ficha técnica, sinopse
Direção
Rupert Goold
Elenco
Renée Zellweger,Jessie Buckley, Finn Wittrock entre outros
Distribuição/produção
Paris Filmes
Sinopse
Não recomendado para menores de 14 anos
Inverno de 1968. Com a carreira em baixa, Judy Garland (Renée Zellweger) aceita estrelar uma turnê em Londres, por mais que tal trabalho a mantenha afastada dos filhos menores. Ao chegar ela enfrenta a solidão e os conhecidos problemas com álcool e remédios, compensando o que deu errado em sua vida pessoal com a dedicação no palco.
Fotos: Pathé, eOne Germany, Divulgação.
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