A Menina que matou os pais/O Menino que matou meus pais #filme


Corria o segundo semestre do ano de 2002 e o Brasil comemorava a conquista do pentacampeonato na Copa do Mundo, quando uma notícia manchou de sangue todos os jornais da época: o casal Manfred Albert e Marísia von Richthofen havia sido assassinado pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, a mando da filha, Suzane von Richthofen, então namorada de Daniel. Não há nenhum exagero em dizer que o Caso Richthofen foi um dos crimes mais marcantes e horrendos já vistos no Brasil; assim, mesmo depois de 19 anos, com os assassinos sentenciados e presos, a história ainda repercute e, não por acaso, virou filme (dois, ainda por cima!), mas vamos por partes.

A Menina que matou os Pais e O Menino que matou meus pais fazem parte do gênero True Crime, que ainda não é um tipo de produção muito popular no Brasil, mas que os gringos adoram; desde filmes pesados como Ted Bundy: a irresistível face do mal até outros mais leves e divertidos como Prenda-me se for capaz. Tal estilo nada mais é do que a abordagem de histórias sobre criminosos reais e no caso dos Richthofen especificamente havia um potencial muito interessante para a realização de duas produções, já que os depoimentos de Suzane e Daniel foram absolutamente distintos.

É até engraçado assistir às duas versões, baseadas única e exclusivamente nos depoimentos de ambos, e achar que algum deles poderia ser mais “inocente que o outro”. OK, ela por ser filha certamente tem uma dose de maldade e frieza mais assustadora, mas achei hilária e até infantil a relação que eles estabeleceram, por exemplo, com a maconha. Ambos admitiram terem fumado juntos, mas insistiam que a erva lhes havia sido apresentada pelo parceiro. Desculpe, mas qual exatamente é a relação entre o bom e velho “fumar um baseado” e matar um casal com pauladas na cabeça?

A verdade é que não acredito que os dois filmes do diretor Maurício Eça tenham tido qualquer intenção de inocentar ou demonizar (ainda mais) qualquer um dos dois; até mesmo porque o simples fato de Suzane ter sido a mandante ou simplesmente a testemunha do assassinato dos próprios pais já a coloca num patamar superior de maldade, como afirmei acima. Entretanto, é óbvio que não há inocentes nessa história e que nenhuma das duas histórias corresponde inteiramente à verdade ou serve para tirar a culpa de qualquer um deles, como a justiça certamente concluiu ao condená-los ao mesmo tempo de prisão. De qualquer maneira, foi bastante interessante ouvir as duas versões e inteirar-me um pouco mais sobre os detalhes do caso, e muito da experiência positiva que tive ao assistir aos dois filmes se deve às grandes atuações de Leonardo Bittencourt e, principalmente, Carla Diaz, que de bonitinha do Big Brother, ressurgiu como uma tremenda atriz, interpretando brilhantemente duas versões da mesma personagem e convencendo nas duas. A Bela a Fera.

Em tempo: se você digitar o nome de um dos filmes no Google provavelmente vai se deparar com alguma matéria explicando qual a ordem certa para assisti-los. Eu assisti A Menina que matou os pais primeiro, até porque o logotipo do outro parece uma colagem por cima desse, mas não acho que no fim das contas faça diferença.

Assine Prime Video

A Menina que matou os pais

O Menino que matou meus pais

Ficha técnica

Direção
Mauricio Eça

Roteiro
Ilana Casoy, Raphael Montes

Elenco
Carla Diaz, Leonardo Bittencourt, Allan Souza Lima

24 de setembro de 2021 – Amazon Prime Video
1h 20min
Drama, Crime

Sinopse

A Menina que Matou os Pais se passa em 2002, quando um crime cometido em São Paulo chocou o Brasil. A jovem Suzane von Richthofen (Carla Diaz), junto ao seu namorado Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt) e seu irmão Cristian (Allan Souza Lima), assassinaram seu pai Manfred von Richthofen (Leonardo Medeiros) e sua mãe Marísia (Vera Zimmerman). Dezoito anos depois, o caso é revisitado em A Menina que Matou os Pais sob o ponto de vista de Daniel, que revela seus motivos para participar do assassinato.

O Menino que Matou Meus Pais

parte da perspectiva de Suzane Von Richthofen

Previous Sarah Haywood - Susan não quer saber do Amor
Next Infinite #filme

No Comment

Deixe um comentário! Quero saber o que achou do texto ;)