Madame teia


Por esses dias, li em algum lugar, em tom até elogioso, que Madame Teia tinha como “mérito” fugir da megalomania e pretensão do Universo Cinematográfico Marvel. Médio, né? Que os filmes dos Vingadores e Companhia são pretensiosos é fato, mas aí a dizer que o Madame Teia não o seja…

Na verdade, pretensioso ele até é; o problema é que é ruim. Tem explosões, perseguições, superpoderes, batalhas épicas, vilão com planos sinistros expressados por suas caras e bocas, e tudo o que qualquer filme de super-heróis usa para fazer suas bilheterias estratosféricas; só que aqui é tudo de péssima qualidade. 

A premissa da história é um primor de criatividade? Não, mas isso é irrelevante perto do desenvolvimento. OK, a mãe da protagonista viajou para a América do Sul em busca de uma cura mágica para a doença de sua filha, ainda na barriga, acabou morta e a criança foi resgatada por uma tribo com poderes místicos, que a “vigiou” por toda sua vida. “Como eles a vigiaram, de tão longe?”. Sei lá, têm poderes.

O real problema é que, a partir daí, nada do que poderia – e até deveria – ter sido explicado foi. Como os poderes se manifestam? Não sei. Por que em um momento ele pode evitar uma previsão e em outro não? Também não sei. Ela é onipresente, pois sabe até de planos do vilão que só quem estava assistindo poderia saber? Provavelmente, ela também estava vendo o filme. 

Aliás, essa é uma dúvida que me ocorreu: o vilão – péssimo, diga-se de passagem – que matou a mãe da protagonista, viu, através dos poderes adquiridos, que seria morto por três meninas, então quis matá-las antes; mas… Não teriam elas ido matá-lo justamente por terem sofrido uma tentativa de assassinato??? Dessa forma, não teria sido mais prudente ficar quietinho e não dar motivos para elas virem atrás de você? Não, porque aí não haveria história no filme. 

Exatamente esse o ponto: não há uma história. Os personagens envolvidos não têm nenhuma razão para sair do ponto A até o ponto B. Isso porque eu sequer falei das conveniências de roteiro (sempre tem, mas vamos com calma, né?), batalha ridícula no final, planejamentos sem a menor chance de dar certo, diálogos bobos e, claro, atuações que fazem a estrela de 50 Tons de Cinza, Dakota Johnson, ser o destaque. 

E quer saber qual a pior parte? Ainda sim, eu saí do cinema com uma razoável sensação de divertimento, porque sabia que esse filme, com todos esses defeitos, é melhor que o desastroso Morbius, que faz parte do mesmo universo. 

Madame Teia é mais um desastre para a coleção de nossa querida Dakota e mais um filme de super-heróis com péssima recepção; embora, sejamos justos, será bem difícil para os próximos conseguirem algo tão ruim. 

Ficha técnica

Madame Teia

Direção: S. J. Clarkson

Roteiro: Claire Parker, SJ Clarkson, Matt Sazama e Burk Sharpless

Elenco: Dakota Johnson, Sydney Sweeney, Celeste O’Connor, Isabela Merced, Emma Roberts

14 de fevereiro de 2024 nos cinemas

1h 56min

Ação/Aventura 

Sinopse

Não recomendado para menos de 14 anos

Madame Teia mostra a história de origem da personagem-título, interpretada por Dakota Johnson. Na trama, Cassandra Webb leva uma vida comum trabalhando como paramédica em Manhattan – até que, um dia, ela descobre que possui a habilidade de prever o futuro. Uma de suas visões acaba levando Cassandra até as jovens Julia Carpenter (Sydney Sweeney), Anya Corazon (Isabela Merced) e Mattie Franklin (Celeste O’Connor). Não demora até que as quatro entendam que, juntas, estão destinadas a algo muito poderoso.

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