Amor em jogo – Elena Armas


Olá!

Confira a resenha de Amor em jogo, da autora Elena Armas, publicado pela Arqueiro

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Ah, como eu gostaria de dizer que este livro é 100% ficção. No entanto, pelo que já vivi no profissional e no pessoal, sei exatamente que tipo de situação real inspirou algumas das desventuras de Adalyn.

Lamentavelmente muitas não terminam bem do lado de cá das páginas.

Personagens: Adalyn Reyes, Cameron Caldani e a misoginia nossa do dia a dia

Uma agressão na mascote do Miami Flames, a equipe de futebol masculino que disputava a MLS, colocou Adalyn Reyes, diretora de comunicação do time, em desgraça. Para tentar amenizar o escândalo, ela foi exilada pelo dono do clube, o pai dela, em Green Oak, na Carolina do Norte, sob o pretexto de fazer crescer a equipe local. Ao chegar na nova vida imposta a ela, Adalyn percebe o tamanho da missão que tem pela frente se quiser recuperar o cargo que sempre almejou: aprender a lidar não apenas com as meninas que jogam no Green Warriors e, ainda pior, conviver com o treinador Cameron, um caso de antipatia à primeira vista.

Como se fosse descartável

“A diretora de comunicação, chata e sem sal, finalmente encontrou o que a fez arder? A ira feminina explicada”.

A história começa com Adalyn no meio do furacão: jogada aos leões na reunião da diretoria do Miami Flames após a agressão a Sparkles, a mascote do time. Ela até tentou se defender, mas não teve jeito: o vídeo viralizou nas redes sociais, causou impacto financeiro ruim e, para abafar o escândalo, ela deveria se afastar da equipe.

O pai dela, Andrew Underwood, decidiu enviá-la para uma missão: fazer repercutir um time em Green Oak, no interior da Carolina do Norte. Se ela fosse bem-sucedida – e o escândalo passasse -, talvez pudesse ser reintegrada.

Por missão, entenda: exílio. Ela perdeu todos os acessos ao sistema do Miami Flames, e embarcou de forma precipitada e às cegas para a missão, pensando que conseguiria resolver o quanto antes para voltar ao lugar onde queria a todo custo pessoal pertencer.

Como se eu fosse preciosa

“– Você vai se machucar se continuar desse jeito – disse, tão baixinho que não entendi direito suas palavras. – Está em pedaços, meu bem – murmurou, os olhos verdes retornando aos meus. – Mal consigo ver você embaixo de todo o caos”

Claro que a gente sabe que nada vai ocorrer do jeito que Adalyn espera, afinal de contas, quando a maré está contra, nada funciona até a gente descobrir como enfrentar e remar na turbulência.

Ela vai parar em um ambiente completamente diferente do que ela está habituada. Ela é a estranha no ninho. A novata na cidade. Precisa conquistar o apoio e o respeito dos moradores, dos pais e das meninas da equipe, o que se torna uma missão árdua e extremamente complicada. Entre os empecilhos está o treinador reticente da equipe: Cameron Caldani.

O relacionamento entre Cameron e Adalyn começa como antipatia à primeira vista de uma forma muito estabanada, há momentos de conflito declarado, até evoluir de forma natural durante a convivência forçada. Cameron aprende a enxergar Adalyn – algo que poucos fizeram e nem ela mesma consegue.

Isso não ocorre da noite pro dia, há tempo para desarmarem os preconceitos, para enfrentarem perrengues e até mesmo perceberem algumas semelhanças, apesar das experiências diferentes. À medida que os sentimentos deles evoluem, ele tenta fazer com que ela entenda que merece mais que o padrão que estava vivendo até então.

No entanto, a conscientização de Adalyn sobre si mesma leva tempo e mais alguns choques até conseguir enxergar o que a gente viu e o que as demais pessoas entenderam sobre a situação em que ela estava. E, claro, com o apoio de Cameron, de Josie, das jogadoras com personalidades fortes e com a participação inestimável de Sebastian Stan, Willow, Pierogi e Brandy e os moradores de Green Oak.

“– Eu sempre vou te dar mais do que você pedir, amor. Mesmo quando você não souber o que quer”

Como devo ser respeitada

Bem, devo deixar claro que foi uma leitura completamente parcial: desde o primeiro momento, mesmo sem saber o que causou o ato de fúria, eu já estava do lado de Adalyn. Não apoio agressões de forma alguma, mas, pelas cenas iniciais, quem já viu esse filme ou algo semelhante imagina o que está por trás daquela caça à bruxa do primeiro capítulo.

Também quero destacar que não estou santificando Adalyn. Ela erra várias vezes tentando agradar quem não dá a mínima para o sacrifício dela. Encontrou a vocação ao trabalhar com o futebol, mas tentou se encolher para caber numa caixinha minúscula e misógina. É o mal de quando a gente deixa se condicionar pelos outros – direta e indiretamente.

Leva um tempo para processar não apenas a situação, mas todos os sentimentos envolvidos – e o quanto isso estava custando emocional e pessoalmente para Adelyn. Por isso, mais que uma história de amor – que é construído aos poucos –, é uma história de descoberta do amor-próprio, da autoestima e de se valorizar independente dos outros.

E sim, tem muita gente safada, cretina e imbecil no mundo, que pensam que as mulheres são segundo escalão. Às garotas que estão lendo isso, não deixe alguém assim diminuir o seu valor. Uma ótica tão distorcida não reconhece nada além do próprio umbigo. Você é muito mais que este tipo de gente pensa.

Ah, o gancho final indica que teremos um desdobramento em Green Oak. A quem possa interessar: a Arqueiro anunciou o lançamento de The Fiancé Dilemma – O Dilema da Noiva – em 2025 no Brasil

Arrivederci!!!

Beta

Capa , ficha técnica, sinopse

Amor em Jogo

The Long Game

Elena Armas

ISBN: 978-6555656398
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 416
Encadernação: brochura
Formato: 16x 23 cm
Edição: 2024

Sinopse

Adalyn Reyes passou anos aperfeiçoando sua rotina: acordar antes do nascer do sol, ir para o escritório do Miami Flames – time de futebol da Major League do qual é diretora de comunicação –, dar duro para deixar sua marca, voltar para casa e fazer tudo de novo.

Essa rotina é quebrada quando um vídeo de Adalyn agredindo a mascote do time viraliza. Como punição, o dono do clube a manda para Green Oak, uma cidade nos confins da Carolina do Norte, com a missão de tirar o time local da lama.

Ao chegar lá, as esperanças de Adalyn de se redimir desmoronam quando ela descobre que as jogadoras treinam de tutu (impraticável), têm cabras como animais de estimação (confuso) e morrem de medo dela (contraproducente). E ainda por cima têm 9 anos de idade.

Além disso, Cameron Caldani, o ex-goleiro prodígio que é o candidato perfeito para assessorá-la, quer colocá-la para correr de Green Oak. Culpa de um malfadado primeiro encontro envolvendo um galo, a perna de Cam e o para-choques de Adalyn.

Só que ser banida mais uma vez não é uma opção. Mesmo com as rusgas – e faíscas – de sua relação com Cam, Adalyn se recusa a sair de campo sem essa vitória. Ainda que corra o risco de ter o coração chutado para escanteio.

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