Por Valery Ortega
Quando inciei a leitura deste livro eu esperava gostar muito dele, porém achei a leitura monótona, apesar de conhecer obras da autora, cito A casa das sete mulheres, não sabia que Sal era dela. Criei expectativas em cima do livro por já ter lido algumas críticas favoráveis sobre ele.
Sal conta a história de uma família que vive há mais de sessenta anos numa pequena ilha, onde tomam conta de um farol. O livro é dividido em três partes. A primeira ocupa grande parte do livro, e é nela que os detalhes da história são conhecidos assim como seus personagens principais. Cada personagem é o narrador de um capítulo, a história vai e volta. Enquanto Cecília, a matriarca, tricota um tapete e usa uma cor de lã para cada filho.
Flora é uma leitora compulsiva e escreveu um livro sobre sua família, e o que ela escreveu se tornou real inexplicavelmente. Entre intervalos na história de Flora, conhecemos Ivan o chefe da família e passamos a conhecer seus pensamentos e sentimentos, mas é só isso. Aqui o livro se torna monótono como já citei anteriormente.
O farol precisava de alguém à sua altura, um homem forte e jovem que pudesse domar-lhe o selvagem coração de luz, o ventre de concreto, as vísceras brancas e vermelhas. Cecília seguiria vivendo na casa no alto do penhasco, a casa que fora erguida pelo bisavô de Ivan, e, lá do alto, esperaria a sua última madrugada, avançando pelos anos de solidão que se estendiam à sua frente ancorada nas suas agulhas, tricotando em vermelhos e azuis, em amarelo-ouro e verde-floresta toda a história de uma gente que tinha nascido das suas próprias entranhas. Era esse o seu plano, e nem o farol haveria de demovê-la disso.
Conhecemos também Cecilia, Tibérius e Eva, voltamos a Flora, depois conhecemos Orfeu, cada um deles nos faz conhecer seus pensamentos e sentimentos, a leitura se torna lenta, a ação acontece muito devagar e a autora se torna repetitiva em várias passagens e não convenceu com seus personagens em nenhum momento.
A autora vai desenrolando os novelos de lã, deixando em muitos momentos tudo muito disperso e depois ela vai reatando “as pontas”. Ela aborda angústias e até o preconceito sobre homossexualismo. Também nota-se realmente a inspiração nas praias uruguaias, tanto que a ilha chama-se La Duiva ( anagrama de La Viuda , um farol no Uruguai) e fica próximo a Oedivetnom ( Montevideo ao contrário).
Conheço muita gente que gostou do livro, acho que é por isso que criei expectativas. Mas para mim a leitura foi frustante. Gosto de livros que tenham um mínimo de ação e não só pensamentos, lembranças e sentimentos, mas quem curte histórias nostálgicas o livro irá agradar bastante.
A capa, a diagramação e a revisão são ótimas. Adoro os livros publicados pela Intrínseca, mas para mim, Sal é um livro ruim, não convence, e só indico para quem já conhece obras da autora e já é fã. Talvez se fosse feito um roteiro dele e uma série como A casa das sete mulheres, também fique bom.
Capa, ficha técnica, sinopse
Sal
Leticia Wierzchowski
ISBN: 9788580573817
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 240
Encadernação: Brochura
Formato: 16 X 23 cm
Ano Edição: 2013
Sinopse
Um farol enlouquecido deixa desamparados os homens do mar que circulam em torno da pequena e isolada ilha de La Duiva, expondo-os, todas as noites, às ameaças dos rochedos traiçoeiros. Sob sua luz vacilante, Cecília, matriarca da família Godoy, reconstitui as cicatrizes do passado com linhas e agulhas. Em dolorosa solidão, ela tece uma interminável tapeçaria em que entrelaça as sinas de Ivan, seu marido, e de seus filhos ausentes, elegendo uma cor para cada um.
Muitas gerações da família de origem espanhola zelaram pelo farol naquela ilhota perdida no sul. Apesar da oposição de Doña, sua mãe, Ivan se apaixona por Cecília. Os dois se casam e têm seis filhos — Lucas, Julieta, Orfeu, as gêmeas Eva e Flora, e o temporão Tiberius —, que povoam a ilha com suas personalidades marcantes e talentos misteriosos. Apaixonada pelos livros, a jovem Flora descobre que possui o dom para a literatura e começa a escrever um romance. Tão poderosas são suas palavras que certas cenas deixam o papel e transbordam para a realidade.
O manuscrito chega às mãos do inglês Julius Templeman, professor de Cambridge e especialista em literatura latino-americana. Tomado pelo frescor e pela vitalidade da criação da jovem, ele decide deixar a Europa e ir até La Duiva para conhecer pessoalmente a autora. Sua chegada provoca mudanças profundas e irreversíveis nos moradores da ilha e no próprio Julius. Ele desperta desejos, desencadeia paixões e torna-se o vértice de um inusitado triângulo amoroso, cujas consequências levam os filhos de Cecília a se espalharem pelo mundo em busca de outros verões. Com uma linguagem poética, Leticia Wierzchowski dá voz e vida a cada um dos integrantes da família Godoy, criando sua própria tapeçaria delicada e surpreendente, enriquecida por múltiplos e divergentes pontos de vista.
Boa leitura.
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