E depois do fim?
Em abril deste ano, a Marvel presenteou seus fieis seguidores com um épico que encerrou a luta dos Vingadores (e agregados) contra o super-vilão Thanos. Com lágrimas dos fãs e bilhões na conta, Vingadores: Ultimato poderia perfeitamente ser o encerramento da maior franquia da história do cinema, mas sejamos justos? Por que finalizar algo tão absurdamente lucrativo e que ainda conta com tantos personagens carismáticos? Assim, enquanto nós aguardávamos o embate definitivo, a Marvel costurava seu futuro nos bastidores, e coube ao Homem-Aranha iniciar essa nova fase!
Orgulhoso por herdar o legado de Tony Stark, porém cansado após todos os acontecimentos desde que se tornou um Vingador, Peter Parker deseja apenas curtir as férias escolares e se declarar para a garota de quem gosta. Simples? Não para um super-herói! Herdeiro da tecnologia do Homem-de-Ferro, Parker agora tem que driblar um chato Nick Fury, além de Mysterio, um misterioso (ah, vá!) ser de outra dimensão que afirma perseguir monstros que destruíram seu planeta e agora fariam o mesmo com a Terra. Logo se vê, portanto, que as férias do aracnídeo não são assim tão diferentes de seu trabalho; mas se ele não se desligou de todos os acontecimentos, e o público? Também não. Já é uma característica marcante do Universo Marvel a linkagem (ou ligação) perfeita entre todos os filmes, e os acontecimentos de Vingadores: Ultimato foram suficientemente debatidos, sem que, no entanto, parecesse um tributo. Falou-se o que tinha que ser falado.
Manter o diretor Jon Watts, que dirigiu o primeiro – e elogiadíssimo – filme do Aranha para a Marvel foi um acerto do estúdio, que assim manteve o tom da narrativa e seguiu agradando ao público. Quem também segue agradando é Tom Holland, pela quinta vez fazendo o personagem (segunda como protagonista de um filme), e mais do que adaptado ao grandioso universo a que pertence. Se é difícil dizer qual o melhor Homem-Aranha do cinema, parece não haver mais dúvidas de que Holland era o nome perfeito para se unir aos Vingadores. Velhos conhecidos da trama, Jon Favreau, como o ex-motorista e homem de confiança de Stark, e Marisa Tomei, como a tia bonitona e descolada do herói são o alívio cômico do filme, que sobe o tom com as presenças de Samuel L. Jackson e seu Nick Fury e, principalmente com Jake Gyllenhaal e seu misterioso (haha) antagonista. Considerado um dos melhores atores de sua geração, Gyllenhaal exerceu um papel parecido com o que Williem Dafoe – também um dos melhores nomes da geração a que pertence – exerceu em Homem-Aranha, de 2002, dando toques mais carregados de dramaticidade a uma história que tem um adolescente como protagonista.
Dessa forma, Homem-Aranha: Longe de Casa mantem o clima pueril que cerca o herói, sem, no entanto, se distanciar da magnitude do Universo Cinematográfico Marvel, e ainda por cima serve de cartão de visitas para essa nova fase que se inicia no estúdio sem o Homem-de-Ferro e o Capitão América. Completo e assertivo, é mais um triunfo do Toque de Midas da Marvel.
Em tempo: falando em Homem-Aranha, de 2002, vale muito a pena conferir a primeira das duas cenas pós-créditos.
Elenco
Tom Holland, Samuel L. Jackson, Zendaya, Marisa Tomei, Jon Favreau e Jake Gyllenhaal.
Direção
Jon Watts
Sinopse
Peter Parker (Tom Holland) está em uma viagem de duas semanas pela Europa, ao lado de seus amigos de colégio, quando é surpreendido pela visita de Nick Fury (Samuel L. Jackson). Precisando de ajuda para enfrentar monstros nomeados como Elementais, Fury o convoca para lutar ao lado de Mysterio (Jake Gyllenhaal), um novo herói que afirma ter vindo de uma Terra paralela. Além da nova ameaça, Peter precisa lidar com a lacuna deixada por Tony Stark, que deixou para si seu óculos pessoal, com acesso a um sistema de inteligência artificial associado à Stark Industries.
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