Minha Fama de Mau #filme


Que tempos aqueles fins de anos 50! Governo JK, anos dourados, Brasil campeão do mundo pela primeira vez, bossa nova, e a primeira apresentação de Bill Haley no país! Na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, a efeméride mexeu com a cabeça de um grupo de jovens, como Tião, que com alguns quilos e anos a mais, virou Tim Maia e praticamente trouxe a Soul Music para cá; Roberto Carlos, que despontava como fenômeno pop e abriu o show de Bill Haley; e Erasmo Esteves, um jovem bonito e apaixonado pelo crescente movimento do rock ‘n roll, mas que não sabia tirar uma única nota do violão.  Dos primeiros acordes ensinados por Tião ao programa de TV que virou febre da juventude, incluindo a mudança de nome e a parceria com Roberto Carlos, tudo é tema no delicioso filme Minha Fama de Mau, do diretor Lui Farias, lançado em 2019.

Diferente de alguns longas em que os personagens poderiam ser facilmente confundidos com suas versões reais, em Minha Fama de Mau, o jovem Chay Suede não ficou tão parecido com o Tremendão e nem precisou. A caracterização através das roupas e costumes, aliada ao imaginário de quem não viveu e à memória afetiva de quem viveu acabaram por criar o retrato perfeito do início do rock no Brasil, imensamente auxiliado pelo programa Jovem Guarda, comandado por Erasmo, Roberto e pela cantora Wanderléa.

Aliás, se há um aspecto da trajetória de Erasmo que não pode faltar em sua biografia é sua amizade com Roberto Carlos e as diferenças entre os dois. Roberto era o Rei; assim como o do futebol, beatificado, intocável, especialmente depois de abandonar o rock juvenil e converter-se no compositor romântico mais famoso do país. Erasmo, por sua vez, tinha que manter – e conseguiu – a fama de mau. Mesmo assim, a vida os colocou juntos. O Tremendão se aproveitou do sucesso do amigo, virou “Carlos” também e juntos iniciaram uma parceria histórica, que teve seus abalos, mas foi retomada naquela ceninha clichê que ninguém admite, mas adora. 

Sim, Minha Fama de Mau é infestado daqueles clichês que toda cinebiografia de músico tem, mas honestamente tem como fugir deles? Então relaxa e aproveita! Veja o filme e não se esqueça: goste ou não da Jovem Guarda; Rita Lee, Mutantes, Secos e Molhados, Raul Seixas, Barão Vermelho, Legião, Titãs, Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Skank, Pitty e até o Sepultura devem muito a esses senhores que desbravaram o rock no Brasil.

Minha fama de mau

Elenco
Chay Suede, Gabriel Leone, Bruno de Luca, Malu Rodrigues

Direção
Lui Farias

Lançamento: 19 de fevereiro de 2019
Duração: 1h 56min
Distribuidor Downtown Filmes
Ano de produção
Tipo de filme: longa-metragem
Idioma: Português
Nacionalidade: Brasil
Gênero: biografia, drama, musical

Sinopse

Lutando para sobreviver e se virando com pequenos trabalhos, o jovem Erasmo Carlos (Chay Suede) alimenta uma paixão: o rock and roll. Fã de Elvis Presley, Bill Halley & The Comets e Chuck Berry, ele aprende a tocar violão e passa a perseguir a ideia de viver da música. Misturando talento e um pouco de sorte, ele conquista a admiração do apresentador de TV Carlos Imperial (Bruno de Luca), um cara influente no meio artístico, e através dele conhece o cantor Roberto Carlos (Gabriel Leone), com quem começa a compor diversas canções. A parceria dá muito certo e o sucesso logo chega, transformando para sempre a vida de Erasmo.

Disponível
Telecine, Globoplay

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