Eternos


De tempos em tempos, a Marvel dava umas férias aos Vingadores e ao público e voltava suas atenções para algum herói ou até para um grupo novo. Não que a novidade em questão não fosse fazer parte do universo construído no cinema, mas é bacana para uma editora que tem mais de cinco mil personagens catalogados sair um pouco das histórias sobre o Homem de Ferro e o Capitão América, e apresentar-nos a alguns heróis menos conhecidos do grande público. Foi assim com os Guardiões da Galáxia e prometia ser assim com os Eternos. Apenas…

Desde que o filme fora anunciado, os fãs que não conheciam os personagens em questão começaram a se fazer a mais óbvia das perguntas: onde diabos esses seres megablasterultrasuperpoderosos que passaram os últimos milênios na Terra estavam enquanto os Vingadores e adjacentes travavam a batalha das batalhas contra Thanos? Bem, eles estavam… Por aí. Sim, depois acompanhar e ajudar muito no desenvolvimento da nossa humildade espécie, nossos amigos foram incumbidos de permanecerem por aqui, misturarem-se e absolutamente não se envolverem em guerra terrenas sob a velha, batida e clichê desculpa que a ficção científica adora: o que é um planeta perante a ordem do universo?

A verdade é que Eternos – ou os Inúteis, como sugeriram alguns memes maldosos – grande aposta do ano da Marvel, prometeu bem mais do que entregou. O filme é lindo esteticamente, com os profissionais de design e produção honrando a boa fama da produtora, mas acontece muito pouco de relevante ao longo de suas mais de duas horas.

OK, a contextualização histórica é interessante e a cena final realmente deixa MUITA expectativa para os próximos, o que significa que ele serve como apresentação e preparação, mas definitivamente não se basta sozinho (ao menos pra mim). Por ora, ainda quero ver todo o potencial anunciado para os personagens.

De qualquer forma, é bom ressaltar que Eternos não é um desastre completo como vi em algumas críticas – e nem a 8ª maravilha do mundo como vi em outras. Há coisas boas nele e muito disso passa pela competência da diretora chinesa Chloé Zhao, que apesar de ser relativamente jovem, já tem dois Oscars no currículo, à frente de Nomadland – melhor filme e melhor direção.

Sobre o elenco, não creio que haja grandes destaques positivos, mas talvez haja, sim, um negativo: Richard Madden, que foi bem no papel do empresário canalha de Elton John, em Rocketman, dessa vez apenas repetiu as caras e bocas, acrescentando algum choro e habilidades de lutador. Em minha modestíssima opinião, não aproveitou a vitrine.

Por fim, Eternos nada mais é que um blockbuster produzido e impulsionado pelo toque de Midas da Marvel/Disney. Bem-feito, promissor, mas ainda falta. Definitivamente, os Vingadores deixaram uma marca difícil e talvez até impossível de ser alcançada.

Eternos

Eternals

Direção: Chloé Zhao

Roteiro Chloé Zhao, Patrick Burleigh

Elenco: Gemma Chan, Richard Madden, Salma Hayek

3 de novembro de 2021 No cinema

2h 37min

Ficção científica, Fantasia, Ação

Sinopse

Originários dos primeiros seres a terem habitado a Terra, Os Eternos fazem parte de uma raça modificada geneticamente pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais. Dotados de características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, eles são frutos de experiências fracassadas de seus próprios criadores, que também foram responsáveis por gerar os Deviantes, seus principais inimigos.

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