Existem sequências de filmes que saem rápido; outras que demoram muitos anos, e existe a sequência de Top Gun – Ases Indomáveis, que levou “apenas” 36 anos para sair, o que pode atrair uma nova geração de expectadores e trazer a clássica pergunta: “preciso ver o primeiro para entender a história?”. Não, não precisa. Apesar de ser uma sequência, Top Gun Maverick tem a preocupação – legítima – de situar a plateia nos acontecimentos passados e não deixar pontas soltas.
Tom Cruise volta no papel de Pete “Maverick” Mitchell, o talentoso e convencido piloto, que, com o passar dos anos, colecionou condecorações e desafetos, e agora, com a idade, ganhou a missão de treinar uma nova tropa de pilotos que não parece muito interessada nas histórias de suas aventuras. Nessa nova etapa, e com a ajuda de seu velho amigo Tom “Iceman” Kazansky, ele encontra um amargurado fantasma de seu passado que promete tornar a missão ainda mais difícil.
Vamos ser claros: o filme é honesto. Surfa na onda dos fãs saudosistas (tem até praia pra isso), possui a mesma paleta de cores, as mesmas canções, os mesmos estereótipos de personagens, aquele frescor gostoso e ensolarado da juventude, com seus medos, amores e códigos de ética ingênuos; e os mesmos discursos babacas dos militares de alta patente – Os melhores dos melhores; O país precisa de vocês!
As diferenças são o remanejamento de Maverick na história e, claro, a tecnologia atual que permitiu que as cenas de ação fossem mais envolventes. No mais, é tudo um grande fan service, preparado por Tom Cruise – que também é produtor – e pelo diretor Joseph Kosinski, que até pela idade, devia ter o primeiro como um de seus filmes favoritos.
Há inclusive fan service para o próprio elenco, já que Val kilmer, debilitado pelo câncer na garganta apareceu com a voz recriada numa cena verdadeiramente emocionante entre Maverick e Iceman. Já sobre a ausência de Kelly McGillis, prefiro não falar por não haver concordância entre a versão dela e do diretor, embora valha ressaltar que sua “função” na história tenha sido cumprida com maestria por Jennifer Connelly.
Outro destaque foi o jovem Miles Teller, que arrasou em Whiplash, foi um desastre em Quarteto Fantástico (sem culpa) e aqui apresentou um personagem completamente distinto dos anteriores, o que denota enorme versatilidade.
Top Gun Maverick é um daqueles filmes feitos para agradar a um público já conquistado previamente. Não é ruim, de forma alguma; aliás, é um filme muito fácil de se gostar, mas não acrescenta nada, absolutamente nada de novo.
Top Gun Maverick
Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Ehren Kruger; Eric Warren Singer; Christopher McQuarrie
Elenco: Tom Cruise, Miles Teller, Val Kilmer, Jennifer Connelly, Monica Barbaro, Jon Hamm
26 de maio de 2022 nos cinemas
2h 17min
Ação, Aventura
Sinopse
Não recomendado para menores de 12 anos
Na sequência de Top Gun: Ases Indomáveis, acompanhamos a história de Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise), um piloto à moda antiga da Marinha que coleciona muitas condecorações, medalhas de combate e grande reconhecimento pela quantidade de aviões inimigos abatidos nos últimos 30 anos.
Entretanto, nada disso foi suficiente para sua carreira decolar, visto que ele deixou de ser um capitão e tornou-se um instrutor. A explicação para esse declínio é simples: Ele continua sendo o mesmo piloto rebelde de sempre, que não hesita em romper os limites e desafiar a morte.
Nesta nova aventura, Maverick precisa provar que o fator humano ainda é fundamental no mundo contemporâneo das guerras tecnológicas. Após 34 anos do clássico, acompanhem o filme do premiado produtor Jerry Bruckheimer e de Joseph Kosinski, mesmo diretor de Tron: O Legado (2010) e Oblivion (2013).
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