Há 37 anos, no Live Aid, Phil Collins disse que aquele seria lembrado como o Dia Mundial do Rock. Lá fora, a frase não passou de uma brincadeira, mas no Brasil virou coisa séria; e é por isso que elencamos aqui alguns dos maiores filmes já feitos sobre o gênero! Tem cinebiografia, musical de banda, concerto-documentário, documentário tradicional e, claro, puras ficções que celebram o estilo. Prepara a pipoca e feliz Dia do Rock!
1-A Hard Day’s Night (1964)
Os Reis do Iê-Iê-Iê no Brasil, o primeiro filme do quarteto mostra John, Paul, George e Ringo no auge da Beatlemania, driblando as fãs histéricas, os produtores e tentando conciliar a pressão do sucesso com a vontade de aproveitar a juventude! Registro precioso de uma época mágica, da vida do quarteto e de toda uma sociedade em processo de mudança.
2-Tommy (1975)
Quando o Who gravou Tommy, em 1968, a ideia de se juntar ópera e rock ‘n roll ainda parecia absurda aos olhos e ouvidos da maioria das pessoas; entretanto, o sucesso do disco garantiu que houvesse uma versão orquestrada e posteriormente um filme, que contou com as participações de Jack Nicholson, Tina Turner, Eric Clapton e Elton John, além do vocalista Roger Daltrey no papel principal.
3-Led Zeppelin – The Song Remains the Same (1976)
Transformar um concerto em filme era um sonho antigo do Led Zeppelin e, vale dizer, algo bastante incomum para a época. No entanto, depois de uma tentativa frustrada em 1970, a ideia se realizou em com as históricas apresentações no Madison Square Garden, nos dias 27, 28 e 29 de julho de 1973. Três anos depois, os fãs puderam conferir no cinema o auge de uma banda histórica.
4-The Wall (1982)
Depois do Who, foi a vez do Pink Floyd criar sua Ópera-Rock; com roteiro quase autobiográfico do cantor e baixista Roger Watters, a história gira em torno de Pink, um roqueiro depressivo e usuário de drogas, e seu impenetrável muro emocional.
5-Sid & Nancy – O Amor mata (1986)
Sid Vicious viveu apenas 21 anos, mas suficiente pra virar uma lenda. Como integrante dos Sex Pistols, tornou-se um dos pilares do movimento Punk, mas foi seu relacionamento com Nancy Spungen que o levou às telas, vivido brilhantemente por Gary Oldman (elogiado por seu colega de banda, Johnny Rotten). Com mortes, drogas, brigas, pacto e prisão, Sid e Nancy virou a versão punk de Romeu e Julieta.
6-A Fera do Rock (1989)
Muito antes de Keith Richards, Ozzy Osbourne e Kurt Coubain, o rock já havia produzido Jerry Lee Lewis. Pianista extraordinário e encrenqueiro de primeira, ele parecia fadado ao sucesso, até que o escândalo de seu casamento com uma prima de 13 anos pôs tudo em cheque; e coube a Dennis Quaid, na melhor interpretação de sua carreira, dar vida ao primeiro bad boy do rock!
7-The Doors (1991)
Muitos já haviam observado, mas foi só quando saiu o filme que ficou claro o tamanho da semelhança entre o galã Val Kilmer e o mítico cantor dos Doors. É claro, semelhança por semelhança não há nada que uma boa equipe de cabelo e maquiagem não resolva, mas quando se vê o ator interpretando; suas caras, trejeitos, olhares… Não é nada difícil imaginar-se na Los Angeles sessentista diante do próprio Jim Morrison!
8-The Wonders – o Sonho não acabou (1996)
Tendo vivido a chegada da beatlemania nos EUA, no início dos anos 60, Tom Hanks decidiu contar a história do que o quarteto representou através da história de uma banda fictícia da Pensilvânia, que teve ascensão e quedas meteóricas embaladas pelo sucesso de uma música chiclete, que acabou fazendo sucesso fora do filme!
9-Quase Famosos (2000)
Corriam os anos setenta e o jovem William Miller se dividia entre os medos criados por sua mãe repressora e a coleção de discos herdada de sua irmã mais velha. Claro que a segunda venceu, e assim ele acabou contratado pela revista Rolling Stone e embarcou numa viagem de aventuras, paixões e descobertas a bordo do ônibus de uma das bandas mais efervescentes do momento!
10-John Lennon – O Mito (2000)
Há muitos filmes que abordam a conturbada biografia de John Lennon, mas creio que nenhum com a intensidade e a candura desse. O recorte que pega o fim da adolescência e vai até a primeira viagem dos Beatles para os EUA é muito feliz ao apresentar como o garoto rebelde se transformou em um dos maiores astros da história da música e por que ele era tão atormentado.
11-Cazuza – O tempo não para (2004)
A falta de limites de Cazuza se tornou tão lendária quanto sua obra, o que gerou muitas críticas ao filme à época de seu lançamento, acusando-o de amenizar no trinômio sexo, drogas & rock ‘n roll, mas sejamos justos: só a atuação de Daniel de Oliveira representando algumas das interpretações mais marcantes da vida do cantor já fazem o filme valer a pena!
12-Johny & June (2005)
A história de Johnny Cash e suas roupas pretas poderia ser mais um dos grandes clichês do roqueiro drogado e depressivo que faz história e morre jovem, mas a entrada de June Carter em sua vida trouxe luz para o ídolo country e nenhum casal poderia representar tão bem essa história – que estranhamente tem final feliz! – quanto Joaquin Phoenix e Reese Whiterspoon.
13-Across The Universe (2007)
Não é todo mundo que gosta de musicais, mas, convenhamos, quando a trilha sonora é nada mais, nada menos que a obra do quarteto de Liverpool fica bem mais fácil simpatizar com a obra; aliás, não é apenas a trilha, mas toda a história sobre aquele estranho grupo de amigos na caótica América dos anos sessenta é uma grande homenagem aos Beatles e aos fãs.
14-Rolling Stones – Shine a Light (2008)
Um documentário musical da mais longeva e bem-sucedida banda de rock da história não poderia ser dirigido por qualquer um; e, por isso, coube a Martin Scorsese fazer de duas apresentações dos Rolling Stones no Beacon Theater, em Nova York, no ano de 2006, um filme à altura da trajetória do quarteto. Se Song remains the same captou o Led Zeppelin em sua melhor forma, Shine a Light mostrou uma banda que nunca esteve fora de forma, e chegou à maturidade como nenhuma outra!
15-Guidable – A Verdadeira História dos Ratos de Porão (2008)
Como disse o guitarrista Jão, “não tinha sentido fazer algo sério sobre um bando de retardados”. Brincadeira, é claro, mas a verdade é que, por mais que não se levem a sério, os Ratos de Porão ocupam um espaço fundamental na história do movimento punk e do hardcore brasileiro; e isso fica bem claro durante o filme sobre amigos despretensiosos, mas cheios de raiva que conquistaram seu lugar e nunca tiveram vergonha de mostrar suas verdades – inclusive as mais obscuras.
16-Titãs – A vida até parece uma festa (2008)
Provavelmente, quando comprou sua câmera, nos idos dos anos oitenta, Branco Mello jamais imaginava que os Titãs se tornariam algo tão gigantesco, e que filmagens que se acumulavam aos montes algum dia teriam tanto valor. Pois juntamente com os arquivos de TV e cenas impagáveis dos primórdios da banda, ainda no Colégio Equipe, as filmagens de Branco refizeram a trajetória de um grupo de amigos de escola, que caiu nas cores do brega, antes de se encontrar no rock ‘n roll e virar uma das mais respeitadas bandas do Brasil.
17-Raul: O início, o fim e o meio (2011)
Raul foi provavelmente a mais peculiar figura que já passou pelos palcos do rock brasileiro. Inteligente, cativante, louco de pedra – Maluco Beleza pros íntimos – bem-humorado e absolutamente original. Arrombou as portas de sua Bahia para o rock entrar e essa história quem nos conta é um time de peso que inclui Paulo Coelho, Caetano Veloso, Roberto Menescal, Nelson Motta, Pedro Bial; além, claro do próprio Raul em cenas de arquivo.
18-Somos tão jovens (2013)
A efervescência da juventude setentista de Brasília sempre chamou a atenção dos fãs e estudiosos do rock brasileiro; afinal, foram daqueles encontros que saíram gente como Herbert Vianna, Dinho Ouro-Preto e, principalmente, Renato Russo. O poeta idolatrado por toda uma geração, o homem capaz de pôr em palavras simples os sentimentos mais profundos também já foi um jovem, cheio de sonhos, caminhando com o violão nas costas pelas ruas de sua cidade sem imaginar que estava destinado ao estrelado. Somos tão jovens é o retrato de uma geração, e o retrato de um Renato Russo mais humano e igual a todos nós.
19-Sepultura Endurance (2017)
Se hoje ainda parece estranho para algumas pessoas pensar que um dos maiores nomes do Heavy Metal mundial é brasileiro, imagine no início dos anos oitenta, antes do Sepultura levar a bandeira verde e amarela para os quatro cantos do mundo do rock pesado! Uma das maiores bandas do Brasil e certamente a que rompeu mais fronteiras merecia ter essa história contada, inclusive por grandes nomes do estilo que entendem muito bem o tamanho do que os metaleiros brasileiros realizaram.
20-Bohemian Rapshody (2018)
O Queen viveu dias de glória entre as décadas de setenta e oitenta, e seus integrantes remanescentes puderam matar a saudade daqueles tempos e ainda cativar uma nova geração de fãs com um filme-biografia que arrancou lágrimas de marmanjos, encantou os pirralhos, ganhou prêmios da Academia e gerou uma bilheteria na casa do bilhão. Entretanto, se o sucesso foi inquestionável, a verdade é que o filme também foi criticado por claramente aliviar nas loucuras da banda, pelos absurdos cronológicos e principalmente pela premiada, mas ainda sim caricata interpretação que Rami Malek fez de Freddie Mercury.
21-Rocketman (2019)
Cerca de um ano depois do incrível sucesso da cinebiografia do Queen, foi a vez de Elton John ir para as telas. A bilheteria não chegou nem perto, mas as críticas… Rocketman acertadamente abraçou a fórmula de se passar como uma lembrança do biografado, o que tirou as amarras cronológicas e permitiu que todas as cores, danças, e fugas da realidade soassem com normalidade – além de casarem perfeitamente bem com os clássicos figurinos do cantor. Afora isso, a atuação de Taron Egerton – que, inclusive, cantou – soou tão fluida e natural que muitos afirmam ter se deixado levar pela emoção e acharam estar diante do próprio Elton John, que, aliás, foi muito corajoso ao expor os piores lados de sua rica história.
22-Yesterday (2019)
Falamos tanto de Beatles aqui – e nem poderia ser diferente – que é inevitável pensar:e se eles não existissem? A pergunta causa calafrios em qualquer amante de rock que se preze, mas foi colocada com muito bom-humor nessa divertida comédia em que um músico malsucedido se depara com uma situação absolutamente inusitada e um dilema ético, no mínimo, diferente: ele é a única pessoa do planeta que se lembra da existência do quarteto e tem a oportunidade de sua apropriar de sua obra e finalmente conseguir o sucesso tão perseguido. E você, o que faria?
23-Bônus: Elvis (2022)
Acabou de sair então esse vai ganhar uma resenha inteira!
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