Au revoir, Barcelona!


Na última semana, o mundo do futebol assistiu atônito ao fim de uma era: depois de 21 anos, o casamento entre Lionel Messi e Barcelona chegou ao fim. O garoto argentino com problemas de crescimento que chegou à Catalunha cheio de sonhos cresceu muito além do que sua imaginação permitia. Virou um gigante; o Pelé dos que não viram Pelé. Sob sua habilidade quase divina, o Barça viveu os melhores anos de sua História, com inacreditáveis 35 troféus erguidos, sendo os mais relevantes quatro Ligas dos Campeões e três mundiais.

Muitos dizem, e não sem razão, que ele teve muito boa companhia em todas essas conquistas; Xavi, Iniesta, Busquests, Daniel Alves, Puyol, Mascherano, Neymar e até seu “padrinho” Ronaldinho Gaúcho. Todos foram muito relevantes nesses anos vitoriosos, mas vamos ver os lances marcantes, as trocas de elencos, as artilharias, as assistências… Sim, num apanhado geral, conferimos que Messi foi o diferencial; em praticamente todas essas vitórias, ele foi o ponto de desequilíbrio, como mostrado por seus seis títulos de Melhor Jogador do Mundo (quatro seguidos) e outros incontáveis recordes e prêmios – e tudo isso com a concorrência implacável de Cristiano Ronaldo.

Fora das quatro linhas, então nem se fala. Graças a ele, o Barcelona virou febre mundial. Vendeu ingressos para torcedores de outros times, camisas, ganhou milhões de seguidores nas redes sociais – perdeu milhões após sua saída também – e foi alçado ao posto de “Maior Clube da História do Futebol”.

Ok, sua história na Seleção Argentina é mais modesta. Ainda falta a Copa, que quase veio contra a Alemanha em 2014 (em que foi considerado o melhor jogador do torneio) e quase que faltou também a Copa América, ganha recentemente contra o Brasil. Realmente, os Deuses da Bola não foram tão generosos nesse quesito, como também não o foram com Zico, Cruyjff, Puskás e tantos outros. A eventual falta de conquistas por uma seleção faz com que alguns idiotas desconsiderem o resto. Perdoai-os, Lionel, eles não merecem a tua arte.

Falando em idiotas, aliás, alguns apareceram esses dias pra chama-lo de mercenário, dizendo que se amasse tanto o Barcelona, jogaria de graça. Não, não jogaria. Um clube que há poucos anos vendeu um jogador pelas cifras irreais pelas quais Neymar foi vendido ao PSG e mesmo assim não consegue pagar A METADE do salário do melhor atleta de sua história não merece ficar com esse atleta. Que paguem e sejam felizes com os inúteis que compraram com esse dinheiro, enquanto veem Messi desfilar seu talento pelo horroroso Campeonato Francês. Tudo bem. Se Pelé terminou nos Estados Unidos e Zico no Japão, acho que podemos superar o maior jogador do Século XXI – e um dos maiores de qualquer século – em Paris. É novo, é pior, mas a gente se acostuma. Dívida com o Barcelona pelo investimento há 21 anos? Essa, meus amigos, já foi paga há muito tempo.

Fotos: Getty Image
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