Ele é demais #filme #netflix


Em 1999, milhões de adolescentes – eu inclusive – foram ao cinema e se apaixonaram pela deliciosa comédia romântica Ela é demais. A história do amor improvável entre a nerd e o bonitão da escola virou uma espécie de “Uma Linda Mulher Adolescente” e marcou toda uma geração. Vinte de dois anos se passaram, e fui avisado que a Dona Netflix resolveu refilmar a obra, sob o nome de ELE é demais, e, obviamente com algumas alterações respeitando a inevitável e dolorosa passagem do tempo. Assim, imbuído de todos os preconceitos possíveis e imagináveis, decidi conferir a nova versão só pra ter o prazer de detona-la aqui. E não é que não vou?!

Não nos enganemos: o filme é fútil, bobo, estereotipado, maniqueísta… Tudo que a versão de 1999 também era e mesmo assim entrou para a história.  Claro, o novo longa tem a enorme – e inevitável – desvantagem de se passar na era das Redes Sociais, famosas por revelarem nossos lados mais superficiais, o que torna a personagem Padgget Sawyer (Addison Era) odiosa muito antes de ela revelar suas qualidades para o público – vale observar que o Zack Siller, vivido por Freddie Prinze Jr. na versão original também era uma pessoa muito melhor do que sua imagem sugeria.  

A bem da verdade, Ele é Demais atua na linha tênue entre o respeito à obra original e a inserção de elementos do tempo em que se passa. Sobre os adjetivos pouco gentis que usei acima, penso que cabe uma reflexão e um pouco de autocrítica aos hoje marmanjos para perceber que toda aquela futilidade adolescente também já fez parte de suas vidas. Ok, nem tudo era registrado com o celular e postado na internet, mas vamos pensar: será que o “vilão” interpretado pelo já falecido Paul Walker era muito menos desprezível do que a Alden vivida por Maddison Pettis?

Falando no personagem de Paul Walker, aliás, vale observar que na versão original ele é perfeitamente capaz de um ato de violência contra uma mulher, o que também é retratado na refilmagem, de maneira ainda mais escancarada (um reflexo positivo dos tempos, que tratam o tema com a importância que ele merece).

Por fim, Ele é demais, como toda refilmagem, é um filme corajoso por aceitar encarar as críticas e preconceitos de antigos fãs da obra original; e não nego: se eu achar o longa de 1999 passando na TV, provavelmente vou parar pra ver, ao passo que dificilmente assistirei à nova versão de novo. Mesmo assim, não acho que isso seja mais do que um preconceito bobo causado por memória afetiva. “Ah, mas os personagens desse vivem no celular”. E possivelmente você está lendo minha resenha pela tela do mesmo, não? Deixa de ser chato e aceite que o mundo mudou – pra melhor E pra pior! Ah, e tente achar os dois atores do original nessa versão.

O ator Tanner Buchanan é Robby Keene na série Cobra Kai também da Netflix

Ele é demais

Ficha técnica

He’s All That

Direção
Mark Waters

Roteiro
R. Lee Fleming Jr, Robert Iscove

Elenco
Addison Rae, Tanner Buchanan, Rachael Leigh Cook

29 de agosto de 2021 na Netflix

1h 28min

Comédia, Romance

Sinopse

Não recomendado para menores de 14 anos

Na releitura do clássico adolescente de 1999, Ela é Demais, acompanhamos a vida de Padgett Sawyer (Addison Rae), uma influenciadora digital que precisa cumprir um grande desafio: transformar o antissocial e estranho Cameron (Tanner Buchanan) no garoto mais popular da escola. Será que ela vai conseguir?

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