Silêncio, Bruno!
-Alberto Scorfano
Minha história com a Pixar – e acredito que a de boa parte do público – teve início em 1995, com o genial Toy Story. Parece mentira que faz tanto tempo e soa ainda mais absurdo que eu NUNCA tenha me deparado com um filme ruim feito pelo estúdio. Claro, alguns melhores, outros mais fracos, mas realmente nunca vi nada que me levasse a uma crítica mais ácida, e por essa razão, é natural que haja muita boa vontade quando eles lancem alguma coisa. A bola da vez é Luca, que veio com a ingrata missão de suceder os espetaculares (pra mim, é claro) Dois Irmãos e o ganhador do Oscar, Soul.
De cara, já adianto que não achei Luca uma obra-prima, mas com certeza mantém o padrão de qualidade dessas quase três décadas de sucessos. A história, bastante simples, se passa na Riviera Italiana e conta a história de Luca, um adorável garotinho do fundo do mar que decide matar sua curiosidade e conhecer a superfície – vamos combinar que, com os cenários em questão, fica difícil o garoto não se apaixonar pela vida fora d’água, não é mesmo?
Fato é que, para desespero de seus pais ultraprotetores, ele se apaixona. Pela paisagem, pelos novos amigos, pela comida (covardia botar aquela massa com pesto, hein?) e por todas as possibilidades que uma nova vida e a forma humana adquirida poderiam lhe trazer. Claro que permeando todas essas descobertas espetaculares, há uma série de percalços e dificuldades inerentes ao crescimento de qualquer jovem, na terra ou na água.
Se não inventa muito na fórmula, Luca tem os óbvios méritos de recicla-la com perfeição, tornando-se um filme divertido, esteticamente impecável, tocante em diversos momentos e com lições muito válidas pra criançada. A maior delas, penso eu, é o batido, mas necessário “as aparências enganam”. Aquele mesmo, clichezaço, que em tantas oportunidades contrapôs figuras esteticamente feias com outras horrorosas por dentro, lançando no ar a pergunta sobre quem seria o monstro a ser combatido.
Se não viu ainda, veja! Posso garantir que vale, pelos muitos aspectos mencionados acima. Trabalho impecável do diretor e ilustrador italiano Enrico Casarosa – que já ganhou um Oscar de melhor animação de curta-metragem, com La Luna, em 2012.
Luca
Direção
Enrico Casarosa
Roteiro
Jesse Andrews, Mike Jones
Elenco
Jacob Tremblay, Jack Dylan Grazer, Emma Berman
Estreia – 18 de junho de 2021
EUA
Disney
1h 36min
Animação, Família
Sinopse
Ambientado na bela Riviera Italiana, este longa-metragem da Disney e da Pixar acompanha as aventuras do garoto Luca (voz de Jacob Tremblay na versão original) durante um verão inesquecível repleto de macarronadas, gelatos e passeios incríveis de motoneta ao lado de seu novo amigo Alberto (voz de Jack Dylan Grazer na versão original). Mas um grande segredo ameaça colocar fim à diversão: abaixo da superfície da água, eles são monstros marinhos! Luca tem direção do indicado ao Oscar Enrico Casarosa (La Luna) e produção de Andrea Warren (Lava, Carros 3).
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