Dia destes eu presenciei uma discussão em que as pessoas apresentavam os livros que todo mundo gostavam e elas não. O interessante foi que o mediador pediu respeito a quem indicava os livros que não gostava, assim como das pessoas que defendiam os livros que gostavam. E por que isso? Porque o fato de alguém não gostar de um livro não quer dizer que ele é ruim, assim como se essa pessoa gostar de um livro não faz dele inerentemente bom.
Existem inúmeros livros, considerados excelentes pela mídia, pela crítica e pela maioria do público e que mesmo assim talvez você ou eu não gostemos. Mesmo best sellers, livros que são um sucesso de vendas, podem ser o pesadelo de alguns leitores (FALA SÉRIO! Na verdade isso é o caso mais comum de acontecer).
Por quê? Você pode se perguntar.
Bom, porque existem inúmeros fatores que podem fazer com que uma pessoa goste ou não de um livro e que nada tem a ver com qualidade. E veja bem, isso pode acontecer tanto no aspecto positivo como no negativo. Ou seja, você pode ter uma história com qualidade que não chame a atenção de algumas pessoas, assim como uma história que apesar de alguns defeitos caia na graça de uma grande quantidade de leitores.
FALA SÉRIO! Não vou me alongar aqui quanto a questão QUALIDADE, pois muitos são os estilos e gêneros literários e cada um possui determinações a respeito do que pode ou não ser feito. Sem contar que grandes autores tem a capacidade de subverter essas regras e fazer o que fosse um erro nas mãos de outro escritor se tornar um sucesso.
Mesmo assim indo de um aspecto mais genérico para um mais individual o leitor pode não gostar ou se interessar por um determinado gênero literário, ou se o livro é escrito em primeira ou terceira pessoa ou do estilo de um escritor. Se estes forem os casos, não há o que dizer.
Do mesmo modo existem aspectos mais individuais, como a empatia com os protagonistas ou com a história. Se isso não ocorrer dificilmente o leitor se interessará. E nem por isso o livro é ruim. Simplesmente por algum motivo algumas das conexões entre história e leitor que deveriam ter acontecido não ocorreu. E isso pode ser real para muitas pessoas e muitos livros que são sucessos, mesmo assim um grupo de leitores não se interessa pelo livro. E FALA SÉRIO! Como eu já disse, isso não tem nada a ver com qualidade.
O importante aqui é compreender que gostar ou não de um livro não tem nada a ver com o fato dele ser ou não ruim. Na verdade, se considerarmos isso pode acontecer com praticamente quase tudo na vida. Existem pessoas que não gostam de café e nem por isso café é ruim, elas simplesmente não gostam. Do mesmo modo existe gente que não gosta de peixe, de carne, de peito de frango, de chocolate, de leite e nem por isso essas coisas são ruins (eu aprendi isso porque desde criança gostei de alcaçuz e sempre que me perguntavam ao invés de dizer que era bom, porque todo mundo que não conhecia depois que provava achava horrível, eu comecei a responder “eu gosto”).
FALA SÉRIO! É evidente que você encontrar algum prato que você não goste porque ele foi mal executado, aí sim ele é ruim. A diferença é que neste caso mesmo uma pessoa que goste dele irá achá-lo ruim.
Como no exemplo de um prato mal executado, é evidente que eu não estou dizendo que não existem livros mal escritos, personagens enfadonhos ou histórias que ou não estão prontas ou de tantos furos mais parecem um queijo suíço! Mesmo assim não se pode confundir gosto pessoal e qualidade.
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