Doutor Estranho no Multiverso da Loucura


Qualquer temática pode ser tratada das mais variadas maneiras e o lucrativo mundo dos super-heróis no cinema não é exceção. Há um fio condutor meio universal, claro, que une todas as produções dentro do estilo, mas, dentro desse, é possível e até necessário variar! Há os filmes que flertam com a investigação noir (o último Batman); há os mais voltados para aventuras espaciais (Guardiões da Galáxia); os que fingem ser filmes de guerra (o primeiro Capitão América) e, por que não, pode haver os que trabalhem com o terror, como o novo Doutor Estranho no Multiverso da Loucura.

Claro que sempre há os desavisados que ao ouvirem falar em “terror” e no nome do diretor Sam Raimi (um mestre do estilo) saem esperneando que seria o primeiro filme de terror da Marvel, que o demônio isso, que as profundezas do inferno aquilo, que o personagem destruiria o mundo… Isso sem mencionar quem acreditou que em DUAS horas seria possível visitar os confins do multiverso e ainda apresentar todos os personagens e atores que os nerds do Youtube especularam. Calma, gente!

Em primeiro lugar, introduzir elementos do terror não significa absolutamente fazer um filme de terror – assim como The Batman é um filme de super-heróis, não uma investigação. Além do quê, sejamos justos, tem que ser muito ingênuo para ainda acreditar nos pseudospoilers da Marvel, né?

Sim, há um velho conhecido dos X-Men de volta e os fãs podem comemorar que o ator escolhido como Sr. Fantástico é o queridinho John Krasinski, mas, afora isso, é muito possível que quem achou que o multiverso seria escancarado de vez saia um pouco decepcionado do cinema, o que não chega a ser uma falha do filme; talvez seja mais um problema do excesso de expetativa de alguns fãs, que esperavam por uma viagem sem fim e viram uma versão um pouco resumida, passando apenas pelos pontos mais estrategicamente colocados pelo roteiro.

“Então, o filme é um desastre? Uma decepção? O pior da Marvel?”. De forma alguma! A história é verdadeiramente interessante e, embora com potencial para ser algo muito mais duradouro (talvez uma série), prende a atenção ao apresentar uma problemática inovadora que vai muito além dos clichês de lutas por poder, controle, etc; além de subverter as relações de bem e mal já estabelecidas entre Stephen Strange e a outrorora heroína Wanda.

Sobre essa, aliás, cheguei a ouvir algumas pessoas que consideraram as motivações da bruxa frágeis, o que, por si só, invalidaria o roteiro, mas quando se pensa na trajetória da personagem… Perdeu a família na guerra, escondida sob escombros, cobaia de laboratório, heroína, presidiária, teve que matar o homem que amava, perdeu os filhos… A mim, pelo menos, parece que a moça tinha todos os elementos para enlouquecer de vez; e aí entrou a expertise de Sam Raimi para transformar a ex-Vingadora em uma bruxa nos moldes que temos em nossas mentes. Infantil? Não, meus amigos, clássico; alguns disseram que a atuação vilanesca de Elizabeth Olsen deixou um pouco a desejar, mas, sinceramente, discordo. Ela entendeu a proposta e se jogou na tarefa de ser a mais nova bruxa da Disney!

Já Benedict Cumberbatch parece cada vez mais à vontade no papel e, nesse filme, demonstrou isso ao interpretar outras três versões de seu personagem de formas igualmente impecáveis. Quanto à jovem Xochitl Gomez, que fez sua estreia no UCM (Universo Cinematográfico Marvel), acredito que a melhor definição seja: perfeita! Não se intimidou diante de um elenco de peso e um orçamento absurdo, e esbanjou carisma e competência, deixando portas muito abertas para o retorno de sua personagem, America Chavez.

Doutor Estranho no Multiverso da Loucura é mais uma explosão de entretenimento da máquina da Marvel! Nem vou falar do aspecto técnico porque todos conhecem o padrão de qualidade da produtora. Pode não ser o filme que alguns esperavam – e penso que nem seria possível fazer esse filme – mas é uma obra que mantém o nível de produções anteriores e segue com a chama do UCM mais do que acesa!

Doutor Estranho no Multiverso da Loucura

Direção: Sam Raimi

Roteiro: Michael Waldron

Elenco: Benedict Cumberbatch, Elizabeth Olsen, Chiwetel Ejiofor, Benedict Wong, Xochitl Gomez, Michael Stuhlbarg, Rachel McAdams.  

4 de maio de 2022 nos cinemas

2h min

Aventura, Ação

Sinopse

Em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, após derrotar Dormammu e enfrentar Thanos nos eventos de Vingadores: Ultimato, o Mago Supremo, Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), e seu parceiro Wong (Benedict Wong), continuam suas pesquisas sobre a Joia do Tempo.

Mas um velho amigo que virou inimigo coloca um ponto final nos seus planos e faz com que Strange desencadeie um mal indescritível, o obrigando a enfrentar uma nova e poderosa ameaça. O longa se conecta com a série do Disney+ WandaVision e tem relação também com Loki.

O longa pertence a fase 4 do MCU onde a realidade do universo pode entrar em colapso por causa do mesmo feitiço que trouxe os vilões do Teioso para o mundo dos Vingadores e o Mago Supremo precisará contar com a ajuda de Wanda (Elizabeth Olsen), que vive isolada desde os eventos de WandaVision.

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